Em Pernambuco, maior hospital de referência em covid deixa de atender pacientes com a doença para desafogar a Restauração
Unidade teve o perfil assistencial modificado e vem atuando como retaguarda em neurocirurgia para o Hospital da Restauração
Como tentativa de evitar o colapso do Hospital da Restauração (HR), maior emergência pública do Norte e Nordeste do Brasil, o governo de Pernambuco resolveu dar um novo destino ao antigo Alfa (em Boa Viagem, Zona Sul do Recife), que era referência no atendimento aos pacientes com sintomas de covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020.
A unidade, que era voltada exclusivamente para o atendimento de pessoas com quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag), teve o perfil assistencial modificado e atua como retaguarda em neurocirurgia para o HR. O antigo Alfa atua, nesse modelo, desde o início do mês de julho e conta com mais de 1,1 mil profissionais e 260 leitos: 160 de enfermaria e 100 de terapia intensiva (UTI), segundo informa a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Na última quarta-feira (27), o Diário Oficial de Pernambuco trouxe a confirmação do novo papel exercido pelo Alfa.
Com pouco tempo como retaguarda para o HR, o Alfa já está com taxa de ocupação de 80% em UTI e enfermaria. Para fazer a gerência desse novo perfil assistencial, o governo do Estado contratou a organização social Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH), que também administra o novo Hospital de Retaguarda em Neurologia de Pernambuco, inaugurado no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife, em março deste ano.
Além disso, a FGH gerencia o Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes, em Paulista; o Dom Helder, no Cabo de Santo Agostinho; e o Dom Malan, em Petrolina; além de oito Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e três Unidades Pernambucanas de Atenção Especializa (UPAEs).
"A unidade, que já soma um dos maiores números de leitos de UTI de todo o Estado, vai ofertar atendimento de média e alta complexidade para pacientes cirúrgicos e clínicos, das especialidades de cirurgia geral, cirurgia torácica, proctologia e urologia, assim como, clínica médica e neurológica", informou a SES.
Segundo a secretaria, quando estiver com plena capacidade, o hospital atuará com um total de 280 leitos de internamento, sendo 100 de UTI, assim como centro cirúrgico, com capacidade de realizar procedimentos neurocirúrgicos de alta complexidade e especificidade, ambulatório para pacientes egressos, além de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, como também de atendimento domiciliar.
"Importante ressaltar, por fim, que todo o processo de escolha da organização social para gestão do serviço foi feito seguindo os trâmites legais, tendo como base a economicidade e a garantia de uma assistência de qualidade à população, seguindo os mecanismos de transparência dos atos administrativos", garante a SES.