Quem autoriza a DOAÇÃO DE ÓRGÃOS? Negativa familiar representa 50% das causas da não efetivação da doação em Pernambuco

Pernambuco realizou, de janeiro a agosto deste ano, 900 transplantes de órgãos e tecidos. O número é 9,4% maior em comparação com o mesmo período de 2021, quando foram efetuados 823 transplantes.

Apesar da alta nos números absolutos, a negativa familiar ainda é responsável por 50% dos motivos da não efetivação das doações no Estado.

Infelizmente, neste ano, 98 famílias não autorizaram a doação de órgãos de seus parentes.

O QUE É NECESSÁRIO PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS? 

Nós, enquanto cidadãos, também temos o nosso papel nessa corrente da doação de órgãos e tecidos. "Quando as pessoas se declaram doadoras para a família, ainda em vida, o processo se torna menos doloroso. No momento da morte, os parentes se sentem confortados ao ser colocada para eles a decisão. Se deixamos claro que desejamos exercer o direito da doação após a morte, provavelmente haverá toda uma dedicação, por parte da família, para que os órgãos realmente cheguem a quem precisa", esclarece a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. 

Nesta terça-feira (27), Dia Nacional de Doação de Órgãos, entidades de saúde de todo o País se mobilizam para marcar a data e chamar a atenção para este gesto de solidariedade.

QUAIS OS TIPOS DE TRANSPLANTES QUE EXISTEM? 

Dos 900 transplantes realizados entre janeiro e agosto deste ano em Pernambuco, 414 foram de córnea, seguido de rim (205), medula óssea (186), fígado (61), coração (23), valva (8) e rim/pâncreas (3).

O Estado, segundo informa a Secretaria de Saúde de Pernambuco, ocupa o primeiro lugar no Norte e Nordeste no número de procedimentos de rim, coração e pâncreas.

O dado vem do levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em análise até junho deste ano.

FILA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Atualmente, 2.617 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco.

A maior fila é por rim (1.430), seguida de córnea (978), fígado (150), medula óssea (20), rim/pâncreas (25) e coração (14).

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: COMO FUNCIONA? VEJA ABAIXO A ENTREVISTA

SETEMBRO VERDE: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS 

Neste chamado Setembro Verde, mês de conscientização e incentivo para a doação de órgãos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), realizou e participou de programação para capacitar profissionais e conscientizar a população em geral sobre o assunto.

Nesta terça-feira (27) pela manhã, a Central de Transplantes marca presença no Simpósio sobre o Setembro Verde promovido pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

Já à tarde, a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes, ministrará palestra na programação dedicada ao tema realizada pelo Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP).

Para encerrar a programação na quarta-feira (28), a partir das 20h, a CT-PE participa de live nas redes sociais do Cremepe. O encontro online tem como tema Cuidados paliativos e doação de órgãos: mitos e verdades.

MORTE ENCEFÁLICA

Desde 2017, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou os critérios de diagnóstico da morte encefálica, a CT-PE atua para capacitar os profissionais sobre as novas diretrizes.

"Preparar os profissionais para o diagnóstico adequado da morte encefálica e para tirar todas as dúvidas dos familiares sobre este processo é fundamental para que o transplante ocorra", diz a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

"Precisamos entender que, neste momento de dor que é a perda de um ente querido, a equipe deve estar bem preparada para auxiliar a família a compreender a importância da doação de órgãos", acrescenta.