CATAPORA

VÍRUS DA CATAPORA: veja ALERTA para AUMENTO DE CASOS E SURTOS de catapora em São Paulo

Ao todo, foram 213 casos da infecção pelo vírus da catapora na capital este ano, um aumento de 65%, em comparação a todo ano de 2021

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Cinthya Leite

Publicado em 15/12/2022 às 15:25 | Atualizado em 15/12/2022 às 15:36
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Mais de 50 surtos de catapora (varicela) foram registrados, até outubro de 2022, na cidade de São Paulo. O levantamento é da Prefeitura de São Paulo.

Ao todo, foram 56 surtos de catapora e 213 casos da infecção nesse período na cidade. O aumento é de 65%, em comparação a todo o ano de 2021.

VÍRUS DA CATAPORA

Os números servem de alerta, já que a catapora, causada pelo vírus varicela-zóster, é altamente contagiosa.

Por isso, é importante se proteger e manter a carteira de vacinação das crianças em dia.

CATAPORA TRANSMISSÃO 

"A transmissão da catapora acontece de pessoa a pessoa, pelo contato direto, com secreções respiratórias e com as lesões de pele características da doença, que coçam bastante", diz a infectologista pediátrica Natalie Del-Vecchio, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

"A catapora afeta principalmente crianças, embora a vacinação tenha reduzido essa concentração de casos na infância, e também suas características sazonais do aumento de casos na primavera. A única forma de prevenir a catapora é pela vacinação, e precisamos estimulá-la", acrescenta Natalie. 

VACINA DA CATAPORA 

A vacina que protege contra a catapora é chamada tetraviral (SCR-V) e foi incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2013.

O imunizante, fabricado nacionalmente pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), protege ainda contra o sarampo, caxumba e rubéola.

Crianças devem receber a primeira dose da vacina tetraviral aos 15 meses de idade, e um reforço da vacina varicela entre os 4 e 6 anos.

"A primeira dose da vacina já dá uma proteção de 85% contra a catapora. A segunda dose, que é igualmente importante, aumenta essa proteção para 97%. E caso ocorra a infecção pelo vírus, os sintomas serão muito mais leves", destaca Natalie. 

"Uma criança não vacinada contra a catapora pode ter de 100 a 200 lesões de pele, por exemplo. Na criança vacinada, isso reduz para menos de dez. A vacina é eficiente, segura e protege das formas graves da doença e diminui a necessidade de hospitalizações."

A infectologista pediátrica faz questão de desmentir que a catapora seja uma "doença do bem".

"Antigamente, muitas pessoas incentivavam que as crianças pegassem catapora, para não sofrerem com a doença quando adultas. Mas, assim como outras enfermidades, a catapora pode evoluir para formas graves e até levar à morte, mesmo em crianças saudáveis", enfatiza.

"Por isso, o contágio não deve ser estimulado, essa é uma orientação totalmente incorreta. Apenas a vacina protege contra a infecção", completa Natalie. 

A pandemia, no entanto, diminuiu a procura pelo imunizante nos postos de saúde e contribuiu para queda nas coberturas vacinais, o que representa um risco grande para a saúde coletiva.

"Mesmo que a criança não tenha sido vacinada na idade indicada e que a vacina esteja atrasada, os pais podem e devem levá-la no posto de saúde, onde ela será imunizada e ficará protegida contra a catapora", orienta a médica.

COMO É O INÍCIO DE UMA CATAPORA? 

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio.

O mais comum é o aparecimento de bolhas ou vesículas de conteúdo claro e bordas avermelhadas espalhadas pelo corpo, acompanhadas de coceira, febre baixa a moderada com duração média de quatro dias, mal-estar, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite.

QUAIS SÃO OS PERIGOS DA CATAPORA? 

As infecções secundárias da pele são as complicações mais comuns associadas à catapora.

A doença cria uma “porta de entrada” para bactérias, que pode causar infecções na pele, ouvido e até e encefalite, uma inflamação no sistema nervoso central.

"As crianças acima de 13 anos e os adultos apresentam maior potencial para as complicações, a catapora pode ser mais grave nessas faixas etárias", diz a médica Natalie Del-Vecchio.

Além disso, pacientes imunossuprimidos (transplantadas, que estejam realizando quimioterapia e pessoas que vivem com o vírus da aids, além de outras), recém-nascidos e mulheres grávidas são grupos de risco da catapora.

DOENÇA CAUSADA PELO VÍRUS DA CATAPORA 

O paciente com catapora começa a transmitir a doença dias antes da primeira lesão aparecer.

"Não há como saber, e isso é um grande perigo para a disseminação em creches e escolas, pois a catapora, pode rapidamente provocar um surto se as crianças não estiverem vacinadas. O paciente continua transmitindo a doença até todas as lesões secarem, o que pode levar de 10 até 21 dias."

COMO SABER SE TÁ COM CATAPORA?

O diagnóstico da doença é clínico, embora possa haver confirmação sorológica em casos mais graves.

Aos primeiros sintomas, é necessário procurar um serviço de saúde para orientação do tratamento e avaliação da gravidade da doença.

Também é importante isolar o paciente, a fim de evitar a transmissão.

CATAPORA TRATAMENTO

Não há um tratamento específico para a catapora, mas é importante ter cuidado com a higiene da pele, que deve ser lavada com água e sabão, assim como cortar as unhas da criança, para que ela não coce as lesões - o que aumenta o risco de infecção.

Em caso de febre, o uso de ácido acetilsalicílico deve ser evitado, pois pode gerar complicações.

*Com informações do Portal Fiocruz

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