CEGUEIRA

Anvisa divulga lista de POMADAS DE CABELO que podem causar CEGUEIRA TEMPORÁRIA; confira marcas

Só na Fundação Altino Ventura, no Recife, foram 62 atendimentos de ontem (domingo, dia 5) até o início da manhã desta segunda-feira (dia 6)

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Cinthya Leite

Publicado em 06/02/2023 às 12:59 | Atualizado em 10/02/2023 às 13:06
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*Reportagem atualizada em 10/02/2023, às 13h02

(Reportagem atualizada para informar sobre resolução de 10/02/2023, que proíbe TODAS AS POMADAS DE CABELO) 

As emergências de clínicas oftalmológicas têm recebido pacientes com graves lesões e traumas nos olhos, incluindo cegueira, decorrentes do uso de pomadas para cabelo utilizadas para modelar e fixar penteados.

Só no último domingo (5) e na segunda-feira (6), as urgências da Fundação Altino Ventura (FAV), no Iputinga, Zona Oeste do Recife, e do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), na Ilha do Leite, área central, atenderam, juntas, mais de 100 mulheres com dor e irritação nos olhos, pálpebras inchadas e dificuldade para enxergar

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O relato das pacientes é de que fizeram uso de pomada para modelar e fazer tranças no cabelo. 

A informação sobre o volume de atendimentos é do oftalmologista Kayo Espósito, da FAV. "São pomadas que causam uma conjuntivite química. Só na FAV, foram 62 atendimentos de ontem (domingo, dia 5) até o início da manhã desta segunda-feira (dia 6)", diz. 

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Os atendimentos continuam ainda nesta segunda-feira (6).

A maioria das pacientes apresentou os sintomas nos olhos, incluindo muita dor, após penteados feitos para ir a prévias carnavalescas. 

Geralmente, os sintomas são observados após a lavagem dos cabelos onde foi utilizado o produto ou depois do contato com água da chuva, banho de chuveiro, água de piscina ou do mar. 

ANVISA: QUAL POMADA PARA CABELO CAUSA CEGUEIRA?

 

Desde dezembro, a Anvisa tem publicado alertas orientando sobre o uso das pomadas de cabelo e resoluções suspendendo produtos irregulares. 

Nesta sexta-feira (10/02/2023), a Anvisa publicou resolução em que PROÍBE TODAS as pomadas para modelar e trançar cabelos estão com a comercialização proibida pela Anvisa. Enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza.

 

POMADA PARA CABELO: Anvisa diz o que fazer 

"Caso você tenha adquirido algum desses produtos, não faça uso dele. Caso tenha em sua residência ou estabelecimento produtos para os quais foi determinado recolhimento, a recomendação é de que entre em contato com a empresa onde o produto foi adquirido, para verificar a forma de devolução", orienta a Anvisa.

"Quem fez uso recente de algum desses produtos deve observar o cuidado ao lavar os cabelos, para que o produto não entre em contato com os olhos. Em caso de qualquer efeito adverso, procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo de você e informe a Anvisa pelos endereços eletrônicos abaixo."

POMADA DE CABELO: como consultar a regularidade dos produtos

A Anvisa destaca que a interdição do produto é uma medida cautelar que visa proteger a saúde da população em caso de risco à saúde e permanece vigente, enquanto são realizados testes, provas, análises ou outras providências requeridas para a investigação mais aprofundada do caso.  

CEGUEIRA TEMPORÁRIA APÓS USO DE POMADA PARA CABELO: VEJA VÍDEO 

Em janeiro, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) fez um alerta sobre os cuidados com o manuseio das pomadas para cabelo.  

O presidente da Sociedade Brasileira de Córnea, Sérgio Kwitko, membro do CBO, alerta que é necessária atenção por parte dos consumidores à composição química desses produtos.

MULHERES TÊM CEGUEIRA TEMPORÁRIA APÓS USO DE POMADA NO CABELO

"Os relatos que circulam em redes sociais e em ambientes hospitalares associam reações, como cegueira temporária, irritação e sensação de queimadura nos olhos, ao uso de pomadas modeladoras de diferentes marcas e fabricantes, o que indica a necessidade de atenção por parte dos consumidores à composição química desses produtos", diz a nota de alerta do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Segundo o alerta do CBO, a metilcloroisotiazolinona (MCI) e a metilsotiazolinona (MI), que são compostos químicos comumente utilizados na formulação dessas pomadas para cabelos, são uma ameaça à visão.

"Esses conservantes contêm elementos tóxicos à pele e mucosas, podendo causar alergias e queimaduras nos olhos e na pele, além de toxicidade pulmonar e neurotoxicidade."

POMADA CABELO OLHOS: OFTALMOLOGISTA FALA SOBRE RISCOS NO VÍDEO ABAIXO

POMADA NO CABELO O QUE CAUSA

Nos olhos, esses compostos químicos podem provocar blefarites (inflamações das pálpebras), conjuntivites (inflamação da conjuntiva) e ceratites (úlceras de córnea), assim como grave comprometimento da visão.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) orienta os consumidores a consultarem o rótulo dos produtos cosméticos.

Em caso de compra, é importante observar que o uso não deve ser feito nas proximidades dos olhos.

Também se deve ficar atento à possibilidade de o produto escorrer para os olhos, quando houver contato com a água ou o suor.

"Como orientação de forma geral, eu recomendo evitar o uso dessas pomadas a princípio, já que a gente não consegue identificar quais são as pomadas que estão com formulação que causa dano", diz o oftalmologista da FAV Kayo Espósito

"Pacientes estão chegando com amostras de várias pomadas diferentes. Então, a minha orientação é evitar usar qualquer uma dessas pomadas neste momento, já que a gente não sabe ainda qual dos agentes está na formulação e que causa esses problemas na visão", alerta Kayo

O QUE FAZER QUANDO CAI POMADA DE CABELO NO OLHO?

"Em casos de reações oculares adversas, as pessoas afetadas devem lavar imediatamente os olhos com soro fisiológico e procurar atendimento médico com urgência, de preferência com oftalmologista", alerta o CBO. 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia ressalta que se mantém atento aos problemas para a visão relacionados ao uso dessas e outras substâncias e solicita aos órgãos responsáveis que obriguem as empresas fabricantes a inserirem nas embalagens alertas claros e didáticos sobre os riscos à saúde que o contato com esses produtos pode gerar.

 

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