De passagem por Pernambuco nesta segunda-feira (15) para visitar, pela primeira vez, a fábrica da Hemobrás, em Goiana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, comentou sobre o andamento da vacina contra a dengue e a aquisição de insulina para evitar o desabastecimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em março deste ano, a Anvisa aprovou, por meio da Resolução RE 661/23, o registro de uma nova vacina para a prevenção da dengue. A vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma Ltda., é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção contra a dengue.
Em conversa com a imprensa local, a ministra informou que, após o registro pela Anvisa, a vacina está sendo analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Segundo o Ministério da Saúde, não há um prazo para a conclusão dessa análise.
"São usados para a decisão de compra, parâmetros de comparação entre tecnologias. Nem sempre a última tecnologia é a mais apropriada, mas todos nós ansiamos por uma vacina de dengue. Lembrando que o Butantan tem uma vacina em estudos clínicos. Esse tipo de análise é feito sempre com o foco na escala, na possibilidade de não só ter um medicamento registrado, mas que possa ser distribuído e acessível para toda a população", explicou.
A vacina contra a dengue será destinado à população pediátrica acima de quatro anos, além de adolescentes e adultos até 60 anos de idade. O imunizante estará disponível para administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
INSULINA
A ministra Nísia Trindade também comentou a compra de insulina pelo Ministério da Saúde para evitar o desabatecimento na rede pública de saúde. Em março deste ano, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) alertou sobre a possibilidade de desabastecimento da insulina de ação rápida para o tratamento do diabetes no SUS.
"Nós vinhamos conversando com o TCU sobre o relatório que aponta todas as dificuldades na área da insulina desde o início da nossa gestão, em janeiro. Foram feitos dois pregões e não houve o comparecimento de empresas. Já realizamos uma compra emergencial para que não haja esse desabastecimento", anunciou a ministra.
O Ministério da Saúde informou nesta segunda que comprou emergencialmente 1,3 milhão de unidades de insulina de ação rápida. A quantidade é suficiente para o tratamento dos mais de 67 mil pacientes em todo o País, que dependem desse medicamento. O contrato com a empresa chinesa GlobalX foi assinado na última terça-feira, 9, e o primeiro lote do produto deve ser entregue até 9 de julho.
HEMOBRÁS
Durante a visita, a ministra também demonstrou disposição para que a Hemobrás avance em seu funcionamento. Ela falou sobre a fabricação do fator 8 recombinante, que é usado para tratamento de pacientes com hemofilia A, quando o sangue não coagula corretamente. Com essa produção cerca de 13 mil pacientes do SUS podem ser atendidos.
O Diretor presidente da Hemobrás Antônio Édson de Lucena disse que A ideia é inaugurar no segundo semestre a fábrica do fator 8 recombinante, no bloco 7, com investimento de 235 milhões de dólares na produção do medicamento biotecnológico como detalha o Diretor presidente da Hemobrás Antônio Édson de Lucena.
Já foram investidos 1 bilhão e 400 milhões de reais na produção de hemoderivados. A previsão é que invistam mais 400 milhões de reais até 2025 em derivados do plasma.
A estatal, vinculada ao Ministério da saúde, foi criada para garantir aos pacientes do sistema único de saúde, o sus, o fornecimento de medicamentos derivados do sangue ou obtido por meio de engenharia genética. A unidade é a maior nesse segmento do Brasil e da América Latina.
A vic-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, foi a anfitriã no Estado e a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, também participou da visita.
(Com informações de Priscila Cavalcanti, da TV Jornal)