Em Pernambuco, a campanha de vacinação contra gripe alcançou apenas 43,11% do público-alvo, segundo atualização da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Lançada em abril, a mobilização tem como meta obter uma cobertura de 90%. Para isso, mais de 3,5 milhões (3.538.195) de pessoas que fazem parte dos grupos elegíveis para imunização deveriam estar vacinadas no Estado.
A dez dias do fim da campanha, que será encerrada em 31 de maio, 1,4 milhões de doses foram aplicadas em Pernambuco.
Dos casos hospitalizados por síndrome respiratória aguda grave (srag) no Estado este ano, 109 tiveram resultado detectável para influenza (gripe).
Desse total, ao menos 11 mortes foram confirmadas, em decorrência de complicações causadas pelos vírus da gripe.
O balanço considera as notificações feitas até a semana epidemiológica de número 19, que terminou no dia 13 de maio.
Segundo apurou a coluna Saúde e Bem-Estar, deste JC, o público infantil é o com menor adesão em Pernambuco.
Apenas 35,3% das crianças até 5 anos (266.449 doses aplicadas) receberam a vacina contra gripe no Estado.
Gestantes e idosos também permanecem com baixa cobertura vacinal contra a doença: 43% (41 mil doses) e 45,3% (587 mil doses), respectivamente.
Até mesmo o grupo de profissionais de saúde está bem longe de atingir a meta de 90%. Foram vacinados apenas 46,4% desses trabalhadores - só 120.517 doses aplicadas.
A vacinação contra gripe é fundamental, porque reduz a carga da doença, especialmente em pessoas com problemas de saúde e idosos, prevenindo hospitalizações e mortes, além de diminuir a sobrecarga nos serviços de saúde.
A baixa procura pelo imunizante, em todo o Brasil, fez o governo ampliar, desde o dia 15 deste mês, a vacinação contra gripe para toda a população a partir dos 6 meses de idade.
Com a ampliação da campanha, o objetivo é expandir a cobertura vacinal contra a gripe antes do inverno (começa oficialmente em 21 de junho), quando as infecções respiratórias tendem a aumentar.
QUAL É A VACINA CONTRA GRIPE?
A vacina trivalente contra gripe é oferecida gratuitamente nas unidades de saúde. É produzida e entregue pelo Instituto Butantan, seguindo orientações de produção dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A vacina deste ano é composta por duas cepas do vírus influenza A (H1N1 e H3N2) e por uma cepa do tipo B (linhagem Victoria).
O imunizante é atualizado a cada ano com as cepas mais circulantes no mundo. Por isso, há necessidade de a vacina ser tomada anualmente.
"A vacina é segura e composta de vírus não ativado. Como qualquer imunizante, ela estimula o sistema imunológico a produzir defesa. Então, é comum a pessoa ter uma sensação de dor no corpo ou uma eventual febre baixa. Isso nada mais é do que o próprio organismo reagindo contra os antígenos que foram injetados com a vacina", explica o diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.