A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin, nome dos seus criadores) é uma das primeiras que os bebês devem tomar ao nascer. É a BCG que previne as formas mais graves da tuberculose.
Apesar de ser obrigatória para recém-nascidos, a BCG enfrenta, no Brasil, uma queda na cobertura vacinal ao longo dos anos: houve uma queda, na última década, de praticamente 100% em 2012 para 90% do público-alvo em 2022.
"É fundamental para o País e o Sistema Único de Saúde (SUS) a retomada da produção nacional da vacina BCG", diz o médico pediatra Caio Delgado.
"Nesse sentido circulou uma notícia muito importante: a Fiocruz assinou um termo de manutenção da Fundação Ataulfo de Paiva para recuperar capacidade de produção nacional da vacina."
A BCG é a única vacina disponível para prevenção da tuberculose e pode conferir proteção em crianças contra as formas mais graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar.
A vacinação com a BCG é recomendada desde o nascimento para crianças que tenham peso igual ou superior a 2 quilos.
De dose única, a BCG deve ser aplicada até o primeiro mês de vida do bebê, porque a incidência das formas mais graves da tuberculose costuma ocorrer enquanto a criança ainda é bem nova.
A BCG é uma vacina intradérmica e, por isso, deixa uma marca no braço da criança. As demais vacinas são intramusculares ou intracutâneas, de mais fácil aplicação.
Até bem pouco tempo, quando a vacina não ocasionava marca no braço, era recomendada a revacinação. Agora, não é preciso repetir.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que a imunização previna de 2 a 3 milhões de mortes por ano.
"A vacinação, que deve ser realizada até antes da criança completar 5 anos, auxilia no controle da tuberculose, trazendo proteção para crianças e adultos. Além disso, se você ou alguma pessoa próxima contrair a doença, passar pelo tratamento correto diminui significativamente as chances de surgirem bactérias mais resistentes e aumenta as de cura", destaca o pediatra Caio Delgado.
Vale chamar a atenção para os principais sintomas da tuberculose, como tosse por três semanas ou mais, febre e emagrecimento.
Além disso, é importante reforçar que o diagnóstico e o tratamento, capaz de levar à cura da tuberculose, estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil é o país com o maior número de casos notificados de tuberculose nas Américas. Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no País. O número representa um aumento de 4,9% em relação à 2021, segundo informações da edição especial do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.