ALZHEIMER

Alzheimer: conheça o remédio Donanemab, que retarda avanço da doença, segundo estudo

Estudo com a droga experimental foi apresentado nesta segunda-feira (17) e apresenta benefícios para pacientes no estágio inicial da Alzheimer

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Bianca Dias

Publicado em 17/07/2023 às 18:35
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Com informações da Estadão Conteúdo

Nesta segunda-feira (17), estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer mostrou uma droga experimental que pode retardar os efeitos da doença em pacientes no estágio inicial.

O rémedio se chama Donanemab e, segundo, a farmacêutica Eli Lilly, ele é capaz de adiar em cerca de quatro a sete meses o declínio cognitivo naqueles diagnosticados com Alzheimer. 

"Finalmente há alguma esperança, certeza, sobre a qual podemos conversar", falou John Sims, da Lilly, à imprensa durante a Conferência em Amsterdã.

"Não curamos a doença", reforçou. "Diabete também não tem cura. Mas isso não significa que você não possa ter tratamentos muito significativos para os pacientes."

A farmacêutica busca a aprovação da Food and Drug Administration (agência similar à Anvisa os Estados Unidos) para o Donanemab.

Teste com Donanemab

O Journal of the American Medical Association (Jama) apresentou os resultados do estudo feito pela Lilly com 1,7 mil pacientes.

Essas eram pessoas de 60 a 85 anos que estavam nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Metade recebeu infusões uma vez por mês de Donanemab e a outra metade, infusões simuladas por 18 meses.

O tratamento é intravenoso e aplicado uma vez por mês. O produto retardou o declínio cognitivo em aproximadamente 35%, ao longo de 18 meses de estudo.

Foi identificado este resultado em pacientes com taxas de baixas e moderadas da proteína Tau, considerada um marcador do avanço da doença degenerativa.

Em casos de pacientes com níveis mais elevados da proteína, a desaceleração do declínio ficou na faixa entre 22% e 29%.

Efeitos colaterais

O Donanemab é um anticorpo produzido em laboratório, que possui como alvo o acúmulo de amiloide no cérebro, um dos culpados pela Alzheimer.

Uma das maiores preocupações relacionadas à droga é relacionada ao inchaço ou sangramento cerebral que, no estudo da Lilly, foi associado a três mortes.

"Os benefícios modestos provavelmente não seriam questionados por pacientes, médicos ou clientes se os anticorpos amiloides fossem de baixo risco, baratos e simples de administrar. No entanto, eles não são nada disso ", escreveu o Eric Widera, da Universidade da Califórnia, em um editorial do JAMA que acompanha os novos dados de Lilly.

Cerca de um quarto dos receptores de Donanemab mostraram evidências desse inchaço e cerca de 20% tiveram micro-hemorragias.

Por conta disso, os pacientes que usassem a droga deveriam passar por exames cerebrais antes de fazer seu uso no tratamento -  um obstáculo caro e demorado.

Outra preocupação analisada foi que mais de 90% dos participantes do estudo com a Donanemab eram brancos, deixando poucos dados sobre como outras populações poderiam responder, colocou a especialista em Alzheimer Jennifer Manly, da Universidade de Columbia, no JAMA.

Sintomas do Alzheimer

Segundo a Alzheimer Association, os principais sintomas da doença são:

- Perda de memória;

- Problemas para completar tarefas que antes eram fáceis;

- Dificuldades para a resolução de problemas;

- Mudanças no humor ou personalidade; afastamento de amigos e familiares;

- Problemas com a comunicação, tanto escrita como falada;

- Confusão sobre locais, pessoas e eventos;

- Alterações visuais, como problemas para entender imagens.

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