O Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda está abaixo do recomendado.
A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no País foi de 45,8%, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), publicado em 2021. Esse índice representa um avanço relevante em cerca de três décadas. Em 1986, o percentual era de apenas 3%.
Na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio.
Agora, a duração média é de 16 meses, o equivalente a 1 ano e quatro meses de vida.
A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.
O Ministério da Saúde recomenda que as crianças sejam amamentadas até os 2 anos de idade ou mais, e de forma exclusiva até o 6º mês de vida.
Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de 6 milhões de vidas de crianças são salvas, a cada ano, por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o 6º mês de vida.
BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO: ALEITAMENTO MATERNO PODE REDUZIR EM ATÉ 13% DAS MORTES DAS CRIANÇAS
O Ministério da Saúde destaca que a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com grande impacto na saúde da criança.
Estudos comprovam que o aleitamento materno diminui a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos.
Ao mesmo tempo, a amamentação traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos, em todo o mundo, por causas preveníveis.
Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.
SALAS DE AMAMENTAÇÃO NAS UNIDADES DE SAÚDE
As salas de amamentação, a partir de agora, farão parte dos projetos de construção de Unidades Básicas de Saúde.
Um projeto piloto do Ministério da Saúde está em fase de implantação desses espaços também em unidades que já estão em funcionamento.
A iniciativa começa em cinco unidades federativas (Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná).
O objetivo é apoiar mães que trabalham fora, especialmente aquelas que estão no mercado informal e não têm o amparo da legislação.
A medida foi anunciada, nesta segunda-feira (31), pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante o evento de lançamento da campanha nacional de incentivo à amamentação, cujo tema neste ano é Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham.
A Semana Mundial de Aleitamento Materno, celebrada sempre na primeira semana de agosto, é organizada e coordenada globalmente pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (World Alliance for Breastfeeding Action - WABA).
No Brasil, o Ministério da Saúde realiza anualmente a campanha em âmbito nacional. O objetivo é sensibilizar a sociedade para a importância da amamentação e seu papel na proteção dessa prática, considerando o impacto do aleitamento na saúde da criança, da mulher, da sociedade e do planeta.
Durante o evento, Nísia lembrou que o aleitamento tem a mesma importância da vacinação quando se trata da proteção das crianças.
"O aleitamento é comprovadamente responsável pela redução da mortalidade infantil em muitos países, assim como no Brasil. Hoje é dia de reafirmação desse compromisso, para que possamos avançar ainda mais no trabalho que temos feito e, para isso, precisamos de apoio", disse.
"Nem sempre amamentar é um ato simples. Então estamos avançando nessa agenda que é de atenção especial às mulheres que trabalham e amamentam", acrescentou a ministra.