Alerta para síndrome respiratória aguda grave em crianças e adolescentes permanece, diz Fiocruz

Boletim da Fiocruz aponta que faixa etária de crianças pequenas e adolescentes apresenta manutenção de patamar elevado de novos casos de síndrome respiratória aguda grave
Cinthya Leite
Publicado em 20/07/2023 às 17:16
Atualização do Infogripe desta semana mostra que atenção ainda é necessária em relação a infecções respiratórias em crianças Foto: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS


A Fiocruz divulgou, nesta quinta-feira (20/7), um novo Boletim InfoGripe.

A atualização mostra sinal moderado de queda de novos casos de síndrome respiratória aguda grave (srag), no cenário nacional, na maioria das faixas etárias analisadas, exceto nas de crianças pequenas e adolescentes, que apresentam manutenção de um patamar elevado de novas ocorrências semanais de srag.

Referente à semana epidemiológica 28, de 9 a 15 de julho, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 17 de julho.

Em relação aos Estados, o estudo aponta que sete têm sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas) no agregado nacional: Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e Rondônia.

No Acre e Pará, o aumento está concentrado nas crianças e adolescentes.

Nos demais, o sinal de crescimento atual é leve e pode estar associado a mera oscilação.

"A atualização do Infogripe desta semana tem duas situações envolvendo fundamentalmente as crianças pequenas, que chamam atenção e ainda exigem maior atenção em relação a infecções respiratórias e, em particular, às internações, principalmente em decorrência do vírus sincicial respiratório (VSR)", diz o pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

No entanto, como ressalta Marcelo Gomes, diversos Estados e diferentes regiões do País apresentam quadro de estabilidade num patamar ainda muito elevado.

Quanto às doenças analisadas, o pesquisador destaca a manutenção da queda no predomínio de novos casos para o coronavírus (covid-19) na população adulta da maioria dos Estados e possível queda ou estabilização nos casos associados ao vírus influenza A.

"Em Minas Gerais, o aumento recente nessa faixa etária pode estar associado ao aumento recente dos casos positivos para rinovírus e metapneumovírus. No Amazonas, o aumento recente nos positivos para bocavírus não tem alterado o sinal de queda no total de novos casos de srag nas crianças pequenas", informa o pesquisador.

Entre as capitais, seis apresentam sinal de crescimento: Florianópolis, Goiânia, Natal, Porto Velho, Rio Branco e Vitória. 

SRAG, VÍRUS RESPIRATÓRIOS E MORTES

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (8,7%), influenza B (3,8%), vírus sincicial respiratório (38,5%) e coronavírus/covid-19 (22,2%).

Em relação aos óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (15,7%), influenza B (5,2%), vírus sincicial respiratório (13,4%), e coronavírus/covid-19 (50,7%).

OUTROS VÍRUS RESPIRATÓRIOS 

Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária apontam para manutenção na queda ou estabilização dos casos positivos para coronavírus em todas as faixas etárias da população adulta.

Também já se observam indícios de possível queda ou estabilização nos casos de srag associados ao vírus influenza.

Entre as crianças pequenas, mantém-se o predomínio de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), também já dando sinal de interrupção na tendência de alta nos estados do Norte e Nordeste, com exceção do Acre e Pará, que ainda apresentam sinal de aumento.

Na Região Sul, o Rio Grande do Sul mantém-se estabilização em patamar elevado.

Em relação aos demais vírus respiratórios, no Amazonas, observa-se aumento recente nos casos de srag positivos para bocavírus.

Na Bahia, em Minas Gerais, no Paraná e em Santa Catarina, há um crescimento recente nos positivos para rinovírus e metapneumovírus.

Em São Paulo, é possível notar ligeiro aumento na presença desses três vírus.

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