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Diabético pode infartar sem sentir dor? Entenda os fatores de risco e tratamentos para a relação perigosa entre diabetes e doenças cardíacas

Médico cardiologista do Hospital Jayme da Fonte explica por que evitar o diabetes significa afastar a ameaça de doenças cardiovasculares

Gabriela Luna
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Gabriela Luna
Publicado em 09/08/2023 às 6:00
Guga Matos/JC Imagem
Dr. Tomás Mesquita, cardiologista do Hospital Jayme da Fonte. - FOTO: Guga Matos/JC Imagem

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), estima-se que, pelo menos, 12,5 milhões de pessoas tenham a doença no Brasil, e esse dado pode estar diretamente relacionado ao aumento nos casos de cardiopatia entre os brasileiros.

Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica crônica caracterizada pela elevação dos níveis de açúcar no sangue, e, de maneira geral, não apresenta sintomas. Além de afetar diretamente o controle do açúcar, a diabetes também compromete a saúde cardiovascular, e compreender essa relação é fundamental para prevenir complicações e garantir uma boa qualidade de vida.

É importante entender que existem dois tipos de diabetes, com evoluções diferentes: a DM I e a DM II. De acordo com Tomás Mesquita, cardiologista do Hospital Jayme da Fonte, o tipo I da doença, chamado também de diabete juvenil, é autoimune e se caracteriza por uma deficiência total na produção de insulina.

“A pessoa já nasce dessa forma. É uma doença que tem um caráter predominantemente hereditário e o diagnóstico é mais precoce. Na maioria das vezes, acontece na infância, e essa pessoa vai precisar tomar insulina, que é o hormônio responsável pelo metabolismo da glicose, pela vida inteira”, explica o médico.

Enquanto o diabetes tipo II está relacionado aos hábitos de vida do paciente e afeta majoritariamente adultos. Geralmente, quando a condição é diagnosticada, em paralelo são identificados outros fatores de risco, que oferecem mais chances para o aparecimento de doenças cardiovasculares

“Também tem uma predisposição genética, mas, na maioria das vezes, está relacionado pelos atos inadequados, como o aumento do peso, o sedentarismo, uso abusivo de carboidratos e a falta de alimentação adequada que vai causar uma resistência à ação da insulina, e, consequentemente, a um aumento do nível de açúcar no sangue. Essa elevação pode resultar no desenvolvimento de uma cardiopatia”, reforça.

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Médico cardiologista do Hospital Jayme da Fonte, Dr. Tomás Mesquita - Guga Matos/JC Imagem

Fatores de risco

Os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas em diabéticos são múltiplos, incluindo a hipertensão arterial, colesterol e triglicérides elevados, a obesidade, o sedentarismo e o cigarro. Sendo o último, sozinho, o principal responsável pelo surgimento das doenças no coração. Vale destacar que quanto mais fatores associados, maior será o risco.

Segundo Mesquita, o diabetes causa alterações vasculares ao provocar um maior afilamento dos vasos coronários, que são responsáveis pela circulação do coração, levando ao maior grau de obstrução e predispondo o maior risco do infarto. No entanto, os sintomas da lesão causada pela parada da circulação arterial podem não ser tão evidentes nos diabéticos.

“Como o diabetes provoca uma destruição das fibras nervosas, a sensibilidade à dor diminui. A gente apresenta a dor quando há uma estimulação nervosa em qualquer parte do corpo, e no coração não é diferente. Existem as terminações nervosas que são afetadas no diabetes e diminuem a condição de dor. Você já ouviu falar que o diabético pode infartar sem sentir dor? É devido a isso”, explica o cardiologista.

Com isso, os sintomas mais frequentes acabam sendo falta de ar (dispneia), mal-estar generalizado, sudorese, náuseas e vômitos, desmaios e, até mesmo, a descompensação da glicose sem causa aparente.

Como prevenir

Para os diabéticos, a prevenção das complicações relacionadas às doenças cardiovasculares passa, necessariamente, pela mudança de hábitos. Um tratamento eficaz da doença não envolve apenas o controle da glicemia. É necessário regular a glicose, a pressão arterial e o colesterol.

Por isso, a modificação do estilo de vida através da alimentação, da redução da ingestão de sal e de gorduras saturadas, da prática de exercícios físicos e controle do peso, são indispensáveis. Além disso, é absolutamente essencial largar o tabagismo.

Atualmente, o tratamento do diabetes é multidisciplinar e possibilita que os pacientes vivam de forma produtiva e saudável, sem sequelas da doença. No entanto, é preciso entender que todo o tratamento de uma doença crônica requer constância.

“Quando se faz o diagnóstico da doença diabética é necessário tratar de maneira muito correta. Mudar seu estilo de vida, perder peso e, na maioria das vezes, vai precisar de uma medicação para controlar a glicose. À medida que o tratamento começa de maneira intensa e rigorosa, os riscos do infarto diminuem”, reforça Tomás.

Embora não tenha cura, o diabetes deve ser monitorado. O acompanhamento médico regular para o controle do diabetes e dos fatores de risco cardiovascular é determinante para que a doença seja completamente controlada e o coração se mantenha saudável. O cuidado com um cardiologista permite uma abordagem abrangente e eficaz no tratamento e prevenção dessas condições. Em casos mais graves, a realização de cirurgias pode ser necessária.

Excelência em saúde, tecnologia e inovação

Visando maior conforto e precisão nos diagnósticos e tratamento das doenças cardiovasculares, o Hospital Jayme da Fonte oferece uma avaliação minuciosa do paciente desde a primeira consulta.

O serviço conta com uma equipe qualificada para realizar eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassonografia do coração e teste provocativo de isquemia, além de procedimentos de alta complexidade, como cateterismo, coronariografia e angioplastia. Para isso, o Jayme da Fonte conta com todo suporte oferecido pelas UTIs geral e cardiológica, numa ampla estrutura física, projetada e equipada no mais alto padrão profissional e tecnológico.

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Hospital Jayme da Fonte, no Recife. - Bruno Campos/JC Imagem

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