COVID-19

VACINA COVID: apenas 11,4% das crianças no Brasil, de 6 meses a 5 anos, tomaram ao menos duas doses da vacina contra covid-19

Diante do cenário de baixa cobertura, o Brasil registrou este ano, até 11 de julho, 23 mortes de crianças de 1 a 4 anos, o que representa uma média de um óbito semanal nesse grupo etário

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Cinthya Leite

Publicado em 15/08/2023 às 15:44
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Apenas 11,4% das crianças no Brasil, entre seis meses e cinco anos, tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19.

O dado está no novo boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), que utiliza dados do Ministério da Saúde em análise feita por pesquisadores da Fiocruz e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). 

"De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico Especial: Covid-19, emitido pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (MS), o Brasil registrou, entre 1º de janeiro e 11 de julho de 2023, 80 óbitos de crianças de até 4 anos. Desse total, 23 foram de crianças entre 1 e 4 anos, o que representa uma média de aproximadamente um óbito semanal nesse grupo etário", destacam os pesquisadores na análise.

"Durante o mesmo intervalo, foram contabilizadas 2.764 hospitalizações em razão da doença, sendo que 994 delas envolveram crianças de 1 a 4 anos. Isso significa uma média semanal de cerca de 38 hospitalizações para essa faixa etária."

Os números preocupantes apontam também que a cobertura vacinal entre bebês de seis meses a dois anos é de 2,9%.

Coordenador do Observatório, Cristiano Boccolini explica que vários fatores impactam os baixos índices de vacinação.

"A demora para a compra de vacinas, informações falsas de que as crianças não sofrem com a forma grave de covid-19 ou que há falta de segurança e eficácia da vacina, são alguns desses fatores", destaca.

Já a pesquisadora Patrícia Boccolini, do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), que também coordena o observatório, lembra que as vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), em território nacional para toda a população.

Ela sugere que "gerencialmente, as unidades de saúde têm que aproveitar as crianças que comparecem para o esquema vacinal regular e aplicar também a vacina contra a covid-19, além de ampliar os horários dos postos de saúde e/ou oferecer pontos de vacinação móveis, como em metrôs e shoppings". 

Para a ampliação da vacinação nessa faixa etária, os coordenadores do Observa Infância são uníssonos em defender também que "o Ministério da Saúde faça campanhas direcionadas para esse público".

OBSERVA INFÂNCIA: O QUE É?

O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos.

O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais.

As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).

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