TRANSPLANTE DE CORAÇÃO

Faustão na fila do transplante cardíaco: entenda a necessidade do transplante de coração e como funciona a fila

Enquanto aguarda o transplante de coração, Faustão está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração

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Cinthya Leite

Publicado em 21/08/2023 às 12:07 | Atualizado em 21/08/2023 às 23:51
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Em tratamento de insuficiência cardíaca, condição que vem sendo acompanhada desde 2020, o apresentador Fausto Silva (Faustão), 73 anos, precisa passar por um transplante de coração

"Ele se encontra sob cuidados intensivos e, em virtude do agravamento do quadro, há indicação para transplante cardíaco. O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração", informa o Hospital Israelita Albert Einstein, em nota assinada pelo cardiologista Fernando Bacal e pelo diretor médico do hospital, Miguel Cendoroglo Neto.

O apresentador agora está na fila única de transplantes, coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso.

"A jornada de Faustão ilustra a jornada enfrentada por muitos pacientes que aguardam um transplante. Enquanto o procedimento oferece a promessa de uma vida prolongada e melhorada, também coloca em foco a necessidade contínua de educação sobre saúde cardíaca, prevenção e conscientização sobre a importância de se tornar um doador", salienta o médico cardiologista Audes Feitosa, fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia.

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Audes Feitosa destaca que o transplante cardíaco é um procedimento que revolucionou a medicina - DIVULGAÇÃO

Ele sublinha que o transplante cardíaco é um procedimento que revolucionou a medicina e possibilitou uma nova chance de vida para pessoas que sofrem de doenças cardíacas graves em estágio terminal.

"A história do transplante cardíaco remonta a 1967, quando o Dr. Christiaan Barnard realizou o primeiro procedimento bem-sucedido desse tipo. Desde então, a técnica tem evoluído e, hoje em dia, é uma opção terapêutica valiosa para aqueles cujas condições cardíacas não respondem aos tratamentos convencionais", diz o Audes.

Ele destaca que, no Brasil, o médico Euryclides de Jesus Zerbini protagonizou um marco importante em 1968, ao realizar o primeiro transplante cardíaco na América Latina.

"Esse avanço abriu as portas para uma nova esperança para pacientes em todo o continente. Ainda assim, a escassez de doadores é um obstáculo significativo. A vida de muitos pacientes depende da generosidade de indivíduos dispostos a doar seus órgãos após a morte."

Infelizmente, essa demanda frequentemente supera a oferta, resultando em listas de espera prolongadas e em histórias de indivíduos que sucumbem antes de receber a tão necessária doação.

"A tecnologia moderna, como as máquinas cardíacas mecânicas que podem manter pacientes vivos enquanto aguardam um doador adequado, é uma dádiva, mas também destaca a urgência da conscientização sobre a doação de órgãos e o trabalho contínuo para aumentar a disponibilidade de órgãos", diz Audes Feitosa. 

Em Pernambuco, o primeiro transplante cardíaco foi realizado no Real Hospital Português (RHP), em agosto de 1991, pelo cirurgião Carlos Moraes. 

"Estamos no 32º ano do primeiro transplante feito no Estado. Desde então, foram realizados 363 transplantes cardíacos (no nosso serviço) entre adultos e crianças. Atualmente, há três pacientes na fila aguardando pelo procedimento", informa o cirurgião cardiovascular Fernando Moraes.  

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
"As pessoas com insuficiência cardíaca têm qualidade e expectativa de vida muito comprometidas. O transplante muda isso", diz o cirurgião cardiovascular Fernando Moraes - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

O pós-transplante também apresenta desafios, segundo o cardiologista.

"Os pacientes submetidos a esse procedimento precisam tomar medicamentos imunossupressores para prevenir a rejeição do novo órgão. Isso representa uma troca entre uma nova oportunidade de vida e a necessidade de administrar cuidados médicos complexos em longo prazo", explica. 

FAUSTÃO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO: ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE O QUADRO DE SAÚDE DE FAUSTÃO 

No domingo (20), o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, emitiu um comunicado sobre o estado de saúde de Faustão.

FAUSTÃO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO: VEJA ABAIXO BOLETIM MÉDICO DE FAUSTÃO

"São Paulo, 20 de agosto de 2023

Em 05 de agosto, Fausto Silva deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein para tratamento de insuficiência cardíaca, condição que vem sendo acompanhada desde 2020.

Ele encontra-se sob cuidados intensivos e, em virtude do agravamento do quadro, há indicação para transplante cardíaco. O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração.

Fausto Silva já foi incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso.

Dr. Fernando Bacal, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Dr. Miguel Cendoroglo Neto, Diretor Médico e Serviços Hospitalares do Hospital Israelita Albert Einstein."

CONTEÚDO RELACIONADO: FILHO DE FAUSTÃO ATUALIZA ESTADO DE SAÚDE DO PAI

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