Ampliar rastreamento e controle do câncer de mama é um desafio no Brasil
No SUS, o rastreio atualmente é feito dos 50 anos aos 69 anos de idade, a cada dois anos. Mastologistas querem iniciar a investigação a partir de 40 anos na rede pública
Com o tema Juntos somos mais fortes, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) promove mais uma campanha Outubro Rosa, que compartilha informações sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Inspirada nessa temática, a mobilização reforça a mensagem de que a doença tem cura, se detectada em fase inicial, com tratamentos eficazes.
"Queremos mostrar a importância da união de todos, numa campanha multidisciplinar, colocando em evidência tanto a prevenção primária, com ênfase na prática de atividade física e alimentação balanceada, como os tratamentos", diz a presidente da SMB-Regional Pernambuco (SBM-PE), Ana Beatriz Albuquerque.
Os números do câncer de mama preocupam. A doença ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2021, de 11,71/100 mil (18.139 óbitos).
Por isso, a SBM-PE reforça a mensagem à população para a importância do diagnóstico precoce, com a realização de exames e visitas regulares ao médico.
"As prioridades em relação ao Brasil, principalmente em Pernambuco, é ampliar essa rede de rastreio para que as mulheres tenham realmente acesso à mamografia de rastreio, que é aquela feita sem a presença da doença, na fase pré-clinica do diagnóstico e que não tem nenhuma alteração palpável ao exame físico", diz Ana Beatriz.
Esse rastreio atualmente é feito, de acordo com o Ministério da Saúde, dos 50 anos até os 69 anos de idade, a cada dois anos. "A nossa luta sempre é iniciar o rastreio já a partir dos 40 anos de idade, até os 75 anos. Esse limite de idade pode ser individualizado de acordo com cada paciente, levando em consideração histórico familiar, comorbidades e estimativa de vida após os 75 anos."
A mastologista ainda destaca que atualmente falta capilaridade, na rede de saúde, para as pacientes fazerem a biópsia mamária, a fim de se definir um diagnóstico claro. "Dessa maneira, elas podem ser encaminhadas, quando nódulo é maligno, para atenção terciária, a fim que se tenha toda uma abrangência de tratamento, desde o apoio psicológico, nutricional, cirurgia com mastologista, tratamento sistêmico com oncologista e com radioterapeuta, reabilitação com fisioterapeuta, equipe de enfermagem oncológica treinada e serviço social. Ou seja, é todo o manejo multidisciplinar que um diagnóstico tão complexo exige", afirma Ana Beatriz.
Ainda de acordo com a presidente da SMB-PE, o autoexame das mamas é importante para o autoconhecimento, mas ele não substitui a mamografia de rastreio.
"A gente não deve se preocupar com a saúde mamária somente a partir dos 40 anos, pois hoje já sabemos que hábitos de vida estão diretamente relacionados com o risco aumentado de desenvolver câncer no futuro. Esse autocuidado deve ser iniciado desde jovem, com alimentação balanceada, prática de atividade física, controle do sobrepeso, evitar fumar e consumir bebida alcoólica, ter uma boa noite de sono e medidas para redução do estresse do dia a dia", acrescenta a mastologista.
Nesta quinta-feira (12), a SBM-PE prepara uma grande "Onda Rosa", em favor à prevenção do câncer de mama. Será realizada uma corrida, com saída do Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife. A concentração está marcada para as 5h15, com largada às 5h30. Será uma corrida de 16 quilômetros, com vários grupos de corredores. O percurso: Jaqueira – Rui Barbosa – Fernandes Vieira – João de Barros – Bombeiros – Mário Melo – Aurora – Ponte Limoeiro – Forte do Brum – Marco Zero – Peer das Torres Gêmeas – Marco Zero – Mário Melo – João de Barros – Conselheiro Portela – Rua do Futuro – Parque da Jaqueira.