TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

TDAH ATOMOXETINA: Chega ao Brasil primeiro medicamento não estimulante para TDAH

Indicada para uso pediátrico acima dos 6 anos, adolescentes e adultos, a terapia de ação prolongada que chega ao mercado nacional pode, com uma única dose, proporcionar o benefício desejado ao longo de todo o dia

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Cinthya Leite

Publicado em 25/10/2023 às 18:56 | Atualizado em 25/10/2023 às 19:16
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O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição caracterizada por dois sintomas principais: desatenção e hiperatividade/impulsividade.

Normalmente, o problema é mais diagnosticado em crianças e adolescentes, mas a o transtorno também tem sido cada vez mais detectado em adultos.

TDAH ATOMOXETINA: TEM ATOMOXETINA NO BRASIL?

Para esses pacientes, a partir de agora, o Brasil passa a contar com um novo tratamento capaz de controlar os sintomas do TDAH: a atomoxetina (Atentah, nome comercial). Trata-se da primeira terapia não estimulante para combater o transtorno.  

A atomoxetina foi aprovada, em julho, no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As demais medicações disponíveis no Brasil, para o controle do TDAH, são estimulantes, como metilfenidato (Ritalina, nome comercial) e lisdexanfetamina (Venvanse, nome comercial).

TDAH ATOMOXETINA: PARA QUE SERVE A ATOMOXETINA?

Indicada para uso pediátrico acima dos 6 anos, adolescentes e adultos, a atomoxetina é uma terapia de ação prolongada que chega ao mercado nacional pode, com uma única dose, proporcionar o benefício desejado ao longo de todo o dia.

Os resultados dos estudos mostram ainda que o medicamento apresenta melhora das funções escolares e relacionamentos com colegas, em comparação ao metilfenidato (Ritalina, nome comecial).

Segundo a Apsen Farmacêutica, fabricante da  atomoxetina, a nova medicação também conta com um diferencial, em relação às terapias disponíveis, que é o menor risco de o paciente ter irritabilidade, interferência no apetite e desregulação emocional.

Apesar de o medicamento já estar no Brasil, as farmácias só devem começar a vendê-lo a partir de novembro. 

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O estigma e a dificuldade de diagnóstico ainda mantêm muitas pessoas à margem do tratamento correto para controlar o TDAH - FREEPIK/FOTO ILUSTRATIVA

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH é amplamente reconhecido pelos especialistas e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, mesmo assim, o estigma e a dificuldade de diagnóstico ainda mantêm muitas pessoas à margem do tratamento correto para controlar o problema.

Além disso, embora sempre mais associada ao desenvolvimento infantil, já se sabe que o TDAH também é diagnosticado na fase adulta (chegando a dois milhões de pessoas entre 18 e 44 anos) e vem apresentando número maior de diagnósticos também em indivíduos acima dos 44 anos (faixa em que a prevalência chega a 6,1%). 

Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como dificuldades com regras e limites. Em adultos, o problema se manifesta pela desatenção para situações do cotidiano e do trabalho, problemas frequentes de memória e inquietação.

Outra situação comum é a associação com outras questões como cigarro e abuso de álcool. "Atualmente temos muitas opções de tratamento para pacientes com TDAH. Por isso, melhorar a conscientização e diminuir o estigma, principalmente entre os adultos, é fundamental", completa o psiquiatra Sergio Nolasco, especialista em psiquiatria infantil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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