DIA MUNDIAL DO DIABETES: 70% dos pacientes no Brasil só receberam diagnóstico após complicações, como perda de visão e doença cardíaca
Problemas associados à doença podem ser graves e, em alguns casos, fatais. Entre eles, danos ao coração, aos olhos, aos rins e aos pés
Sete em cada dez pessoas que vivem com diabetes (70%) no Brasil só descobriram que tinham a doença depois de desenvolverem complicações associadas à condição.
Além disso, quase todos (90%) dos entrevistados no País tiveram uma ou mais complicações durante a vida com diabetes.
As complicações associadas à doença podem ser graves e, em alguns casos, fatais. Entre elas, estão danos ao coração, aos olhos, aos rins e aos pés.
As descobertas vêm de uma pesquisa global realizada recentemente, pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), antes do Dia Mundial do Diabetes, nesta segunda-feira, 14 de novembro.
A pesquisa foi realizada entre pessoas que vivem com diabetes na África, Ásia, Europa e América do Sul para entender o nível de conscientização e o impacto das complicações relacionadas a diabetes.
A IDF contratou a Arlington Research, uma agência independente de pesquisa de mercado, para realizar uma pesquisa global online com 700 adultos que vivem com diabetes em todo o mundo, incluindo Espanha, Brasil, México, Paquistão, Índia, China e Nigéria.
Segundo o levantamento, o risco de complicações causa um estresse significativo nas pessoas que vivem com diabetes.
Dois terços (66%) dos entrevistados no Brasil dizem que se preocupam, na maioria dos dias, com o desenvolvimento de complicações relacionadas a diabetes.
O risco de complicações pode ser reduzido significativamente por meio da detecção precoce, do tratamento oportuno e do autocuidado informado.
Quando perguntados sobre a prevenção de suas complicações, nove em cada dez entrevistados (89%) no Brasil acreditam que poderiam ter feito mais; dois quintos (41%) acham que seu médico poderia ter feito mais.
As complicações que mais preocupam as pessoas com diabetes no Brasil são: coração (53%), olhos (51%) e derrame (47%).
"O fato de a grande maioria das pessoas acharem que poderia ter feito mais para evitar complicações destaca a necessidade de apoio adicional", diz a endocrinologista Hermelinda Pedrosa, coordenadora de pesquisa da Unidade de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e vice-presidente da IDF.
ORIENTAÇÃO
"É preciso fazer mais para melhorar a conscientização sobre a diabetes e oferecer educação para apoiar a detecção precoce e o gerenciamento das complicações. O que aprendemos nos faz lembrar que o diabetes muitas vezes não é detectado até que uma ou mais complicações estejam presentes", alerta.
Ela destaca que, com as informações e os cuidados corretos, as pessoas que vivem com diabetes podem reduzir muito o risco de complicações.
"Além disso, há medidas que as pessoas com risco de diabetes tipo 2 podem tomar para retardar ou evitar o aparecimento da doença. É fundamental conhecer seu nível de risco, saber o que você deve observar e saber como responder."
Há vários fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2. Esses fatores incluem histórico familiar, peso, idade, etnia, sedentarismo e diabetes durante a gravidez. Alguns deles podem ser reduzidos por hábitos alimentares saudáveis e atividade física.
Portanto, melhorar a compreensão e a conscientização sobre os fatores de risco é importante para apoiar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno.
A diabetes tipo 2, que representa mais de 90% dos casos da doença, geralmente se desenvolve silenciosamente, com sintomas que passam despercebidos. Como resultado, muitas pessoas com essa condição, mais de 50% em alguns países, não são diagnosticadas. E nesse processo, como sugere a pesquisa, as complicações já estão presentes.
Os efeitos mais comuns experimentados entre os participantes da pesquisa no Brasil foram problemas nos olhos (48%), nos pés (40%) e na saúde bucal (25%).
"Para aqueles que não têm acesso ao apoio certo, a diabetes e suas complicações podem afetar seriamente a vida cotidiana e até mesmo se tornar uma ameaça à vida", destaca Hermelinda Pedrosa.
"É por isso que a IDF tem o compromisso de aumentar a conscientização sobre a melhor forma de controlar a doença, a fim de ajudar as pessoas com diabetes a entender seus riscos e a melhorar o acesso aos melhores cuidados disponíveis. Os profissionais de saúde devem estar equipados com o conhecimento e os recursos para diagnosticar a diabetes precocemente e fornecer o apoio adequado", ressalta a vice-presidente da IDF.
“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”