ARBOVIROSES

DENGUE TIPO 3: Pernambuco confirma 4 casos de tipo de dengue que estava há 15 anos sem fazer grandes surtos no Brasil

Circulação do sorotipo, em território nacional, já vinha sendo percebida nos últimos meses, fazendo com que a chegada em Pernambuco fosse esperada

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Cinthya Leite

Publicado em 29/11/2023 às 10:36 | Atualizado em 29/11/2023 às 11:19
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Como já era esperado, Pernambuco confirma a circulação de um sorotipo da dengue que estava sem predominar, nos surtos de arboviroses no Estado, há 15 anos. 

O sorotipo 3 da dengue apresentou rápida dispersão para todo o País no período de 2001 a 2003.

Em Pernambuco, não foi diferente naqueles anos. Já em 2015 e 2016, no Estado, chamou a atenção a circulação dos quatro sorotipos da dengue (dengue 1, dengue 2, dengue 3 e dengue 4). Passado esse período, não foram registrados grandes surtos. 

Agora, o sorotipo 3 da dengue volta a aparecer. A confirmação deste ano veio de resultados do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), que confirmou, na terça-feira (280, quatro amostras positivas para o sorotipo 3 da dengue. 

"Todas as quatro amostras confirmadas são da cidade de Paulista, em pessoas que residem no mesmo endereço", informou a SES-PE. 

O sorotipo 3 do vírus da dengue já foi detectado, neste ano, em Roraima, na região Norte; no Paraná, no Sul; e em São Paulo. Dessa maneira, especialistas acendem o alerta para o risco de uma nova onda da doença causada por esse sorotipo viral. 

A preocupação é maior em locais onde atualmente há uma calmaria em relação à incidência da dengue, como Pernambuco e Rio de Janeiro. 

Esse foi um dos motivos para a antecipação do lançamento, no último dia 21, do Plano de Contingência das Arboviroses do Estado de Pernambuco para o ano de 2024.

"É importante salientar que, diferentemente da chicungunha e da zika, que só possuem um sorotipo e infectam as pessoas apenas uma vez, a dengue possui quatro sorotipos diferentes. Um cuidado a mais nesse tipo de circulação é que pessoas que pegaram outros sorotipos, em outras circunstâncias, acabam por ficar mais vulneráveis a desenvolver a dengue em sua forma mais grave", explica o diretor-geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-PE, Eduardo Bezerra.

O infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), traçou este mês, em coletiva de imprensa, um panorama do cenário da dengue, que tem chamado a atenção pelo aumento do número de casos recentemente, especialmente nos Estados do Sudeste e Sul do País.

Questionado pela reportagem do JC por que os Estados do Nordeste, como Pernambuco, continuam a apresentar um cenário de calmaria em relação à dengue e outras arboviroses, Chebabo disse que a explicação pode estar no fato de boa parte da população da região ter ficado imunizada após o período de tríplice epidemia (dengue, chicungunha e zika) vivido nos anos de 2015 e 2016.

Por outro lado, ele diz que o panorama de calmaria na região sinaliza um maior risco de ressurgimento de surtos decorrentes do sorotipo 3 do vírus da dengue.

A questão é que a circulação de um tipo de dengue, há tanto tempo ausente, preocupa os especialistas. Eis a razão: o risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, já que poucas pessoas foram infectadas por esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000.

Vale explicar que o vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível ser infectado novamente se houver contato com um sorotipo diferente.

Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo.

PREVENÇÃO DA DENGUE

Diante desse cenário, a SES-PE reforça a necessidade de medidas para amenizar a transmissão do vírus.

Por isso, a população deve estar atenta para eliminar os focos do Aedes aegypti.

Entre as ações a serem adotadas e que precisam ser constantemente revisitadas, estão: não juntar entulhos que possam promover o acúmulo de água, limpeza de vasos, calhas e demais locais usados para o armazenamento de água, como caixas d'água, baldes, garrafas e vasos de plantas, além do uso de repelentes.

SINTOMAS DA DENGUE

Em caso de sintomas como febre e manchas na pele, além de dor nos olhos, conjuntivite, dor no corpo e nas articulações, dores de cabeça ou outra manifestação, é fundamental buscar atendimento médico.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento da doença ou um possível óbito.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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