ARBOVIROSES

DENGUE: Ministério da Saúde prevê alta das arboviroses, lança campanha e investe R$ 256 milhões para combater o Aedes aegypti

Cenário chama a atenção especialmente por causa da circulação este ano do tipo 3 da dengue, que estava há anos sem fazer grandes surtos no Brasil

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Cinthya Leite

Publicado em 10/12/2023 às 17:03
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Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, o número de casos de dengue, chicungunha e zika tende a aumentar.

Até a semana epidemiológica 48, que terminou no dia 2 de dezembro, o Brasil registra aumento de 15,8% nos casos de dengue em 2023 (1.601.848), quando comparado ao mesmo período de 2022 (1.382.665). Em relação aos óbitos, houve aumento 5,4% em 2023 (1.053), com relação ao mesmo período de 2022 (999). 

O cenário chama a atenção especialmente por causa da circulação este ano do tipo 3 da dengue, que estava há anos sem fazer grandes surtos no Brasil. 

Como parte das ações de enfrentamento a essas arboviroses, o Ministério da Saúde investirá R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção para reduzir a transmissão das doenças.

Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas. Cerca de 11,7 mil profissionais de saúde foram capacitados para oferecer melhor atendimento, vigilância e controle de arboviroses.

Do valor total do investimento, R$ 111,5 milhões serão efetivados até o fim deste ano, em parcela única, para fortalecer as ações de vigilância e contenção do Aedes aegypti. Desse total, R$ 39,5 milhões vão para Estados e o Distrito Federal; outros R$ 72 milhões para municípios.

Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o País. 

Na sexta-feira (8), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançou a campanha de conscientização Combate ao mosquito: para fazer diferente, precisamos agir antes. A iniciativa será veiculada na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande circulação de pessoas em todo País.

"A mensagem que quero passar é que o combate a essas doenças é um esforço integrado com estados e municípios e, também, com a sociedade, para que possamos ter sucesso", disse Nísia.

"Cerca de 74% das larvas do mosquito são encontradas próximas às residências e no, peridomicílio, que é o entorno das casas. Portanto, precisamos estar atentos e receber bem os agentes de endemia que cumprem um papel fundamental no enfrentamento à dengue."

VACINA CONTRA DENGUE QDENGA

A análise da vacina Qdenga está sendo feita pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

O Ministério da Saúde diz que monitora atentamente as novas tecnologias que podem auxiliar no enfrentamento às doenças e abriu consulta pública, na sexta-feira (8), sobre a proposta de incorporação do imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS).

A Conitec deu recomendação inicial favorável à incorporação para localidades e públicos prioritários que serão definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), ao considerar as regiões de maior incidência e transmissão e nas faixas etárias de maior risco de agravamento da doença.

As contribuições serão organizadas e avaliadas pela comissão, que emitirá uma recomendação final.

"Está tendo um processo regulatório bem célere na comissão, e acreditamos que logo ele vai estar pronto para a tomada de decisão. A vacina é uma forma de se buscar tecnologias para um desafio de saúde como esse", explicou o secretário substituto da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (SECTICS), Leandro Safatle.

SALA NACIONAL DE ARBOVIROSES

A pasta inaugurou, ainda, a Sala Nacional de Arboviroses (SNA), espaço permanente que tem como objetivo permitir o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chicungunha e zika. 

A intenção do ministério é para preparar o Brasil numa eventual alta de casos dessas doenças nos próximos meses.

Com a sala, segundo a pasta, será possível direcionar melhor as ações de vigilância a Estados e municípios, ao apoiar as ações de vigilância.

O espaço terá como competência planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a resposta; articulação com gestores estaduais e municipais do SUS; divulgação da situação epidemiológica e assistência; e o acionamento de equipes.

PAINEL PÚBLICO DE MONITORAMENTO DE ARBOVIROSES

Para ampliar a transparência dos dados, o ministério lançou o Painel Público de Monitoramento de Arboviroses.

A ferramenta traz, em tempo real, o número de casos prováveis, óbitos, taxa de letalidade, incidências e hospitalizações por dengue, zika e chicungunha.

A plataforma possibilita fazer comparativo entre o ano atual e o anterior, ao trazer recortes por faixa etária, sexo, estado e município.

WOLBACHIA CONTRA A DENGUE

O método Wolbachia, como estratégia adicional de controle das arboviroses, também está sendo expandido pelo governo federal para os municípios de Natal, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte, Niterói (RJ) e Rio de Janeiro.

A expectativa do Ministério da Saúde é ampliar ainda mais em 2024.

A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus da dengue, zika e chicungunha pelo mosquito.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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