INFECÇÃO PELO HPV

Infecção pelo HPV atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens

Taxas reforçam importância da vacinação contra HPV, infecção sexualmente transmissível associada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus

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Cinthya Leite

Publicado em 18/12/2023 às 17:04
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A taxa de infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) na genital atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens.

Os resultados são da pesquisa nacional sobre o tema, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).

Os números referem-se à modalidade de alto risco da doença.

O cenário reforça a importância da vacinação contra o HPV, considerada a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e associada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus. Além disso, a infecção também está relacionada a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis e orofaringe.

Outro dado importante é que 90% das verrugas genitais são decorrentes da infecção pelo HPV. 

A vacina HPV quadrivalente, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), previne contra essas complicações e está disponível gratuitamente nos cerca de 38 mil postos de vacinação pelo Brasil.

Antes, a vacina era aplicada apenas em crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e em pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos).

Desde agosto, passou também a ser oferecida a vítimas de abuso sexual.

A decisão de ampliar o público-alvo se alinha à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API).

Entretanto, nos últimos anos, o Brasil enfrenta queda de cobertura da vacinação contra o HPV.

Em 2022, entre as meninas, a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, apenas 75,91% e 57,44% de adesão.

Entre os meninos, as taxas de cobertura são ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda.

Os dados deste ano ainda não estão consolidados.

Prevenção 

Segundo o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, o estudo é uma ferramenta de combate usada pelo Ministério da Saúde.

"A pesquisa traz algo importante, que é mostrar para a população que o HPV está associado a câncer em outras regiões, como a anal, e que a vacina não é apenas contra o câncer de colo de útero. É uma vacina contra vários tipos de câncer que podem afetar homens e mulheres", alerta.

Gatti também ressalta o quão importante é a imunização contra o HPV.

"Em uma estratégia inédita, o ministério está promovendo ações de microplanejamento nos Estados, conforme o calendário da multivacinação. As equipes da pasta estão percorrendo todo o Brasil com treinamentos para gestores e lideranças locais com o objetivo de ajustar a estratégia de vacinação de acordo com as realidades locais. Estamos nas escolas, nas casas, em todos os lugares", esclarece.

Para o reforço na imunização, a pasta destinou mais de R$ 151 milhões a Estados e municípios, como parte das ações de microplanejamento.

A retomada das altas coberturas vacinais é uma prioridade do governo federal, especialmente em crianças e adolescentes, público considerado prioritário.

Esquema vacinal contra o HPV: quem deve tomar a vacina?

• Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo feminino e masculino, vítimas de violência sexual

Duas doses conforme o Calendário Nacional de Vacinação de rotina. As doses devem ter um intervalo de 6 meses

• Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino, imunocompetentes e vítimas de violência sexual

Três doses, com um intervalo de 2 meses entre a primeira e a segunda; e de 6 meses, entre a primeira e a terceira. O intervalo para vacinar deve ser de no máximo 6 meses

• Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino nas indicações especiais (vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea); pacientes oncológicos; imunossuprimidos (pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos); e vítimas de violência sexual 

Três doses, com um intervalo de 2 meses, entre a primeira e a segunda; e de seis meses, entre a primeira e a terceira (0, 2 e 6 meses).

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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