SAÚDE DOS OLHOS

Hospital no Recife alerta para aumento de casos de conjuntivite nas últimas semanas, e oftalmologista traz orientações

Entre os casos que chegaram à urgência do Hope, ao longo de um mês, 66% foram de pacientes com conjuntivite

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Cinthya Leite

Publicado em 03/01/2024 às 19:51
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Sensação de areia nos olhos, secreção, lacrimejamento, vermelhidão e coceira são sintomas sugestivos de conjuntivite, que é uma inflamação da conjuntiva (parte branca do olho). Essas são queixas que têm se tornado mais frequentes em pacientes que procuram as emergências oftalmológicas no Recife. 

O registro recente de alta da conjuntivite é uma realidade no Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), que tem unidades na Ilha do Leite, bairro da área central do Recife, e em shoppings da região metropolitana.

Nos últimos cinco meses, médicos do Hope observaram uma expansão no número de atendimentos nas unidades por causa de conjuntivite. Entre os casos que chegaram à urgência em dezembro, 66% foram de pacientes com a doença. Para se ter ideia do aumento, essa taxa foi de 47% em agosto.

O incremento no volume de pacientes com conjuntivite pode ser explicado por fatores como a chegada do calor e da umidade nesta época do ano (já que o vírus circula com mais facilidade no ar) e o maior número de pessoas aglomeradas nos mesmos locais (como em confraternizações).

Apesar da doença geralmente desaparecer em poucos dias, a depender da causa, a conjuntivite pode durar de 20 a 30 dias.

A comerciante Viviane Brito foi uma das que sofreu com a doença. Ela conta que teve um quadro de conjuntivite membranosa. "Não é aquela mais simples, em que a pessoa só precisa se isolar, mas consegue fazer as suas atividades de casa. Eu cheguei a ter uma lesão na córnea. Foi um período muito difícil, indo diariamente ao hospital retirar a membrana dos olhos. Passei quase um mês até receber alta", relata.

Ela acrescenta que, além da dificuldade em enxergar, teve uma complicação porque a córnea ficou exposta. "Se ela não tivesse aberto, minha recuperação teria sido mais rápida. Então, eu ficava todo dia na expectativa de quando a córnea ia fechar para eu ficar realmente boa. Não conseguia enxergar direito, e a minha visão estava totalmente turva. Nunca pensei que uma conjuntivite fosse me deixar assim." 

Outro detalhe é que o aumento dos casos de conjuntivite pode estar associado ao fim da emergência sanitária pela covid-19. "A gente passou dois anos sem esse surto de conjuntivite e agora os casos aumentaram porque relaxamos em medidas como limpeza das mãos e uso de máscaras", explica a oftalmologista Laura Sabino, chefe do setor de urgência do Hope. 

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"Nos casos de conjuntivite infecciosa, o paciente deve ficar em isolamento, não tocar os olhos nem superfícies, não compartilhar copos ou talheres, nem mesmo falar perto de outras pessoas", alerta a oftalmologista Laura Sabino - DIVULGAÇÃO

A conjuntivite pode ter causa infecciosa (bactérias ou vírus), causa alérgica (não contagiosa) ou até mesmo causa química, decorrente de algum agente ou produto químico que tenha contato com os olhos.

A conjuntivite infecciosa pode afetar um ou ambos os olhos. "Nos casos de conjuntivite infecciosa, o paciente deve ficar em isolamento, não tocar os olhos nem superfícies, não compartilhar copos ou talheres, nem mesmo falar perto de outras pessoas. A doença, além de poder ser transmitida pela lágrima, também pode ser transmitida pela saliva", adverte Laura Sabino. 

Já as conjuntivites bacterianas costumam ser mais agudas. "São formas que normalmente demandam um atendimento médico mais imediato, mas também melhoram rapidamente com a medicação adequada", frisa a oftalmologista. 

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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