NO LITORAL SUL

Laudo confirma Maré Vermelha em Pernambuco; agentes indicam fim do fenômeno, mas não descartam novas ocorrências

Órgãos estaduais informam que "não há, neste momento, orientação para evitar a ida à praia ou o banho de mar, salvo se a população identificar manchas associadas a fortes odores"

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Cinthya Leite

Publicado em 07/02/2024 às 18:05 | Atualizado em 07/02/2024 às 20:44
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Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE) e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) fizeram, nesta quarta-feira (7), uma busca ativa no Litoral Sul pernambucano, por helicóptero e barcos. 

O trabalho foi realizado para identificar possíveis manchas no mar, que poderiam indicar a presença do fenômeno conhecido como Maré Vermelha - caracterizado pelo excesso de algumas espécies de algas no mar que soltam toxinas. 

No último dia 31 de janeiro, casos de intoxicação de pessoas que frequentaram praias localizadas no município de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, começaram a ser notificados ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (CIEVS/PE). 

Até o último domingo (4 de fevereiro), foram registrados 338 casos de pessoas com sintomas associados à maré vermelha. 

As pessoas que procuraram as unidades de saúde com manifestações associadas à maré vermelha relataram cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, na garganta e nas narinas, assim como manifestações na pele, com contato direto ou indireto com o mar. 

Após análises das amostras de água do mar coletada em Tamandaré e outros municípios do Litoral do Estado, "os técnicos não localizaram indícios de manchas em nenhum dos municípios vistoriados - Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande", garante, em nota conjunta publicada nesta quarta-feira (7), a Semas-PE e CPRH. 

Os resultados das análises das amostras de água do mar (coletadas em oito praias do Litoral do Estado nos dias 31 de janeiro, 1º, 2 e 6 de fevereiro) foram divulgados pelo laboratório da CPRH em reunião nesta quarta-feira (7). Participaram do encontro representantes da Semas-PE, CPRH, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Pernambuco (Apevisa/SES-PE) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDAAPP-PE). 

Não foram indicadas, segundo a análise, novas florações ou continuidade do fenômeno maré vermelha, no período monitorado, nas oito localidades.

"No entanto, os agentes ambientais confirmam a ocorrência da maré vermelha entre os dias 26 e 30 de janeiro, com base na identificação das manchas de floração associadas aos relatos oficiais dos sintomas apresentados pela população", frisa a nota dos órgãos estaduais. 

Com relação ao número de casos suspeitos em Tamandaré, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) acompanha a ocorrência desde o dia 26 de janeiro. No total, 338 pacientes foram identificados como casos suspeitos. No período de 26 a 30 de janeiro, foram 278 casos. Já entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, foram registrados 60 casos.

Os demais municípios não notificaram oficialmente à SES-PE.

"Embora as análises ambientais indiquem o fim dos eventos de floração já detectados, não fica descartada a possibilidade de novas ocorrências no litoral, tendo em vista a historicidade do fenômeno, conhecido popularmente como “Tingui”, em Pernambuco, pelo menos desde a década de 1940", destaca a nota.

O comunicado da Semas-PE e da CPRH ainda acrescenta que "não há, neste momento, orientação para evitar a ida à praia ou o banho de mar, salvo se a população identificar manchas associadas a fortes odores".

Caso sejam identificadas essas situações no período de Carnaval, a população pode entrar em contato para comunicar a ocorrência pelo 81 3184-0192 (prontidão Ciocs).

No período pós-carnaval, deve ser feito contato com a Ouvidoria da CPRH, através do 81 3182-8923 ou [email protected] .

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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