ARBOVIROSES

Casos prováveis de dengue aumentam 67% em uma semana em Pernambuco, e governo reforça enfrentamento contra o mosquito

O Estado acumula o registro de 4.342 pessoas que adoeceram com sintomas de dengue, além de 9 óbitos em investigação e 6 casos graves da doença

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Cinthya Leite

Publicado em 07/03/2024 às 16:31 | Atualizado em 07/03/2024 às 17:20
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Em sete dias, Pernambuco teve um aumento de 67% no número de casos prováveis de dengue, segundo mostram os dados do boletim epidemiológico divulgado, nesta quinta-feira (7), pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Neste ano, Pernambuco acumula o registro de 4.342 pessoas que adoeceram com sintomas de dengue até a 9ª semana epidemiológica, que terminou no último dia 2. Até a 8ª semana, o estado tinha 2.599 ocorrências. Ou seja, o incremento de 1.743 notificações representa um aumento de 67%. 

O número de casos prováveis, até a 9ª semana, é 309,6% superior ao mesmo período de 2023. Esse cenário faz a SES-PE intensificar as estratégias de mobilização contra o Aedes aegypti, através de parcerias com as prefeituras, o que inclui reforço das abordagens educativas à população, mutirões de limpeza, visitas domiciliares de agentes de endemias, além da capacitação dos profissionais de saúde dos municípios. 

Até o momento, 356 casos de dengue foram confirmados em Pernambuco. Entre eles, seis evoluíram para a forma grave da doença, que pode levar a alterações neurológicas, sangramentos, falência de órgãos e óbito. 

O novo boletim epidemiológico da SES-PE aponta ainda que, no momento, três cidades estão com alta incidência de casos de dengue: Araçoiaba (na Região Metropolitana do Recife), Chã de Alegria (Zona da Mata Norte do Estado) e Terra Nova (Sertão). O critério técnico de alta incidência, estabelecido pelo Ministério da Saúde, considera as notificações acima de 300 casos prováveis por 100 mil habitantes. 

Os dados mostram ainda que Pernambuco notificou, neste ano, 11 mortes por arboviroses. Duas foram descartadas. As demais seguem em investigação.

OUTRAS ARBOVIROSES

O boletim da SES-PE ainda destaca que a chikungunya apresenta 1.000 casos prováveis neste ano, com incidência de 11 casos por 100 mil habitantes. Até o momento, 62 foram confirmados.

Já zika, que não apresenta circulação há alguns anos no Estado, possui 81 casos prováveis, sem confirmação. 

CASOS GRAVES EM IDOSOS

Os idosos foram o público mais vulnerável ao agravamento pela infecção dos vírus da dengue.

As pessoas a partir dos 80 anos são as que mais têm manifestado sintomas severos da doença. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 57% dos pacientes dessa faixa etária com dengue evoluíram para o quadro grave da infecção. 

Esse cenário acende o alerta para essa população. O geriatra Andrey Lucas, do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, no Recife, explica o que leva ao agravamento desses pacientes.

"Tanto a idade mais avançada, especialmente a partir dos 75 anos, quanto a presença de doenças crônicas como diabetes ou hipertensão, que são mais comuns em pessoas idosas, são fatores de risco para um quadro mais grave de dengue", explica Andrey. 

A dengue se manifesta por sintomas como febre alta de início repentino, dor atrás dos olhos, mal-estar, prostração (fraqueza, moleza) e dores no corpo.

No entanto, o médico acrescenta que, em caso de pacientes com suspeita de dengue, a atenção deve ser redobrada, pois outros sinais podem surgir.

"A dengue pode se manifestar de forma bastante variável. Aliado a isso, é comum na população idosa o aparecimento de doenças agudas na forma de sintomas inespecíficos, principalmente no início do quadro. Então, não podemos esperar que ocorra o clássico como febre, vermelhidão pelo corpo e dor retro-ocular para suspeitar de um caso de dengue, ainda mais se for relacionado a um idoso", alerta o geriatra.

Não existe tratamento específico para a dengue, mas sim para alívio dos sintomas da doença.

"Um dos pilares é a hidratação adequada. Normalmente a pessoa com dengue evolui para as formas graves, como consequência de uma hemoconcentração, que seria uma forma de desidratação. Um dos tratamentos iniciais envolve fazer uma hidratação vigorosa."

O geriatra ainda acrescenta que essa condição pode ser diferente entre os idosos, "principalmente se houver alguma doença como insuficiência cardíaca ou renal, em que é preciso ter uma maior cautela ao realizar essa hidratação". 

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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