SAÚDE DOS RINS

Dia Mundial do Rim: as doenças renais são silenciosas; saiba quais os perigos e como se cuidar

Nefrologista alerta sobre fatores de risco para doença renal crônica e os cuidados com a saúde dos rins

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Cinthya Leite

Publicado em 14/03/2024 às 12:15
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A cada ano, a segunda quinta-feira do mês de março destaca o Dia Mundial do Rim. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, anualmente cerca de 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal.

"É muito importante que se dê um Dia Mundial do Rim, lembrado no dia 14 de março este ano. As doenças renais são habitualmente silenciosas até estágios mais avançados da evolução", explica o nefrologista Saulo Alencar, do Real Hospital Português. 

"Então, pessoas que tenham fatores de risco para doença renal crônica precisam entender e fazer os exames de avaliação do funcionamento dos rins, que são a dosagem da creatinina no sangue e a pesquisa de albumina na urina na maioria das vezes."

No Real Hospital Português, os pacientes contam com uma unidade de hemodiálise e um programa de transplante renal, em funcionamento desde 1976.

A doença renal crônica é uma condição em que existe algum dano para o funcionamento dos rins e que pode se refletir tanto por uma perda do percentual de função renal ou por uma alteração de perda de alguma substância na urina.

"Em estágios mais avançados, o rim pode paralisar e ser necessário um procedimento de diálise ou mesmo um transplante", alerta o médico.

A saúde dos rins está diretamente relacionada à alimentação e ao controle de outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Conheça mais sobre a saúde dos rins, com orientações compartilhadas abaixo pelo nefrologista Saulo Alencar. 

Qual é a função dos rins?

Os rins são os órgãos que têm como principal função fazer a filtragem do sangue para eliminar o excesso de impurezas – ureia, potássio, acidez no sangue, excesso de sal da alimentação – e também regulam a quantidade de líquido do corpo, para que a gente não fique com um estado de sobrecarga de líquido, além de preservar o líquido do corpo em momentos que a gente está precisando fazer uma restrição, como em dias muito quentes.

O rim ainda tem outras funções, como função hormonal, na produção de eritropoetina, para controle de anemia, e também é importante no metabolismo dos ossos.

Quais os primeiros sintomas de problemas nos rins? Como é realizado o diagnóstico da doença renal crônica?

O diagnóstico é feito principalmente através da dosagem da creatinina no sangue, assim a gente pode estimar o percentual de função renal, e com exames de urina, como o sumário de urina e a pesquisa de alguma proteína, como por exemplo a albumina.

A doença renal tende a ser silenciosa, mas há casos em que há alguns sintomas. Os sinais e sintomas mais conhecidos são: hipertensão arterial, urina com sangue, urina com espuma (presença de proteínas na urina), edemas, eliminação de urina muito clara (como água), anemia (palidez, cansaço, dor no peito e sonolência).

Qual a relação de outras doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, com os rins?

Doenças como diabetes e hipertensão são as principais causas de doença renal crônica no mundo. A pressão alta leva a uma sobrecarga nos vasos sanguíneos dos rins que leva a um estado, em fases mais avançadas, de perda de função renal.

E a diabetes leva a alterações na capacidade de filtração dos rins e perda de proteína pela urina, também. Então são as principais causas que levam à necessidade de hemodiálise no mundo.

Todo paciente com doença renal crônica precisa fazer hemodiálise?

Não, nem todos os pacientes com doença renal crônica precisarão fazer hemodiálise. Na verdade, a minoria desses pacientes.

Mas é importante identificar precocemente a doença renal crônica para que se reduza a chance de evolução para as fases mais avançadas da doença e consiga se poupar muita gente que eventualmente não precisaria fazer hemodiálise de vir a fazer.

Quais medidas de prevenção podemos adotar para evitar danos nos rins?

As principais medidas de prevenção para a doença renal crônica são, em primeiro lugar, o diagnóstico precoce. Então, é importante atuar precocemente para descobrir e adotar estratégias de proteção renal.

Mas, para aquelas pessoas que não têm doença renal crônica, o importante é ter uma alimentação saudável, evitar excesso de alimentos industrializados e ultraprocessados, além de tomar bastante líquido. 

Outras estratégias importantes: exercitar-se, controlar o peso, não fumar, evitar excesso de sal na alimentação, controlar a pressão arterial, controlar a diabetes e evitar o uso de medicamentos tóxicos para o rim, como os anti-inflamatórios.

 

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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