INFLUENZA

Idosos representam 65,6% das mortes de pacientes hospitalizados por gripe em 2023 no Brasil

O declínio natural do sistema imune do idoso e o aumento do número de casos de srag durante a temporada demandam atenção especial para vacinação contra a gripe entre públicos prioritários

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Cinthya Leite

Publicado em 21/03/2024 às 17:19 | Atualizado em 21/03/2024 às 17:24
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A taxa de casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) causada por influenza (popularmente conhecida como gripe), em pessoas adultas, em 2023, foi 2,4 vezes maior do que a registrada em 2022.

Quem mais sofreu foi a população idosa. Nessa faixa etária, foram observados 65,6% dos óbitos por gripe em 2023 e 54,9% das hospitalizações por srag decorrentes da gripe, segundo dados do Ministério da Saúde.

A gripe, causada pelo vírus influenza, pode trazer consequências imprevisíveis para a saúde de todos. Após ser infectado pelo vírus da gripe, adultos têm oito vezes maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral, 10 vezes maior risco de ataque cardíaco e até 29% maior risco de pneumonia. 

O público a partir dos 60 anos é ainda mais vulnerável: as infecções respiratórias são uma importante causa de mortalidade em idosos no Brasil, segundo mostra um estudo publicado na revista científica Geriatria & Gerontologia

Quando falamos dos idosos com mais de 80 anos, os números são ainda mais alarmantes, segundo o Ministério da Saúde: 26,7% das pessoas hospitalizadas for srag causada por gripe foram a óbito em 2023. Na faixa etária de 60 a 69 anos, a letalidade foi de 19%.

Já os idosos com comorbidades, também de acordo com a pasta, têm ainda mais complicações em decorrência da srag causada por gripe. A letalidade entre aqueles com comorbidades foi duas vezes maior, em comparação aos idosos sem comorbidades.

Ao considerar que cerca de 70% dessa população possuem alguma doença crônica e têm maior risco de agravamento de infecções, é essencial manter cuidados. A cobertura vacinal contra a gripe no ano passado foi baixa (apenas 60,6% entre os grupos prioritários, como idosos). 

A vacinação é a melhor forma de prevenir a gripe e suas complicações, especialmente entre a população acima de 60 anos, que apresenta um enfraquecimento natural do sistema imune, fenômeno chamado de imunossenescência.

Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o idoso fica mais suscetível a algumas doenças e infecções. Por isso, a imunização para esse grupo é imprescindível.  

"É preocupante que muitos idosos não estejam imunizados contra a gripe, que pode provocar complicações graves capazes de levar a problemas sérios no coração, metabolismo e ainda perda de autonomia", destaca a infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas Rosana Richtmann, doutora em Medicina pela Universidade de Freiburg, na Alemanha. 

"Em 2023, tivemos uma das piores coberturas vacinais de grupos prioritários dos últimos anos, o que demanda um olhar urgente para a proteção da população a partir dos 60 anos, tendo em vista que estamos nos aproximando de mais uma temporada de gripe."

Atualmente, está disponível no SUS a vacina trivalente, que confere proteção contra três tipos de cepas do vírus. Já na rede privada, a população encontra a vacina quadrivalente, que protege contra quatro cepas do vírus.

Em 2023, a Sanofi trouxe a Efluelda para o Brasil: a primeira e única vacina quadrivalente de alta dose do País desenvolvida para oferecer maior proteção aos idosos contra a gripe. Ela pode ser encontrada nas clínicas privadas de vacinação. 

Com indicação para a prevenção da doença causada por cepas de influenza A e B em pessoas a partir dos 60 anos, o imunizante de alta dose apresenta quatro vezes mais antígeno (componente ativo), fornece proteção superior contra os casos de gripe e as graves complicações da doença, em comparação à dose padrão da vacina contra a doença.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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