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Poliomielite: em transição da gotinha para vacina injetável, Pernambuco participa de campanha nacional contra pólio

Esquema vacinal e dose de reforço serão feitos exclusivamente com a vacina injetável a partir do segundo semestre deste ano. Gotinha deixará de ser usada

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Cinthya Leite

Publicado em 03/06/2024 às 11:51
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A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que tem como expectativa reduzir o número de crianças não vacinadas e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, continua até o dia 14 de junho. No sábado (8), será realizado o dia “D” de divulgação e mobilização da campanha em todo o País. A meta é vacinar, no mínimo, 95% do público-alvo, que abrange cerca de 13 milhões de crianças menores de 5 anos.

Segundo o Ministério da Saúde, em Pernambuco, a aplicação da vacina poliomielite injetável saltou de 76,25% em 2022 para 83,24% em 2023. A taxa de cobertura, no Estado, ainda está abaixo de 95% - indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar a reintrodução do vírus da pólio.

A poliomielite é uma doença grave, marcada por paralisia flácida que geralmente afeta de forma assimétrica e irreversível os membros inferiores.

A campanha deste ano é muito importante para o enfrentamento à poliomielite, pois o Brasil está em fase de transição para substituir as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) para apenas um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP).

Ou seja, o esquema vacinal e a dose de reforço serão feitos exclusivamente com a VIP, a partir do segundo semestre de 2024. Todos os Estados e municípios receberão as normas e diretrizes dessa alteração.

Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização (DPNI), Eder Gatti, o objetivo também é aumentar as coberturas vacinais e ampliar o acesso às vacinas poliomielite.

"A vacinação é a única forma de prevenção contra a poliomielite, também chamada paralisia infantil. Por isso, pedimos aos pais ou responsáveis que levem as crianças ao posto mais próximo para que elas não sofram com as sequelas de doenças imunopreveníveis", afirma Eder Gatti.

Campanha contra poliomielite no Recife

Para a mobilização contra pólio, o Recife recebeu 67.640 doses da vacina.

"A vacinação é a nossa principal ferramenta para manter o Brasil livre da poliomielite. É fundamental que alcancemos altas coberturas vacinais para proteger todas as nossas crianças e evitar a reintrodução do vírus no município", destaca a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel.

No Recife, a meta é vacinar 66.489 crianças até 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias).

Os pequenos com menos de 1 ano deverão receber a vacina conforme o esquema primário, que inclui três doses da vacina inativada poliomielite (VIP).

As outras crianças, de 1 a 4 anos, serão vacinadas com a forma oral (VOP), desde que já tenham completado o esquema primário com a VIP.

"As vacinas VIP e VOP são diferentes entre si. Embora as duas imunizem contra a poliomielite, a VIP é injetável, com três cepas poliovírus (1,2 e 3), feita apenas com partículas do vírus. Já a VOP, que é a de gotinhas, é feita com o vírus enfraquecido, com duas cepas (polivírus 1 e 3)", informa Elizabeth Azoubel.

A vacina da poliomielite está disponível nos cinco centros de vacinação e 170 salas de vacina espalhadas pelos 8 distritos sanitários do município (ver lista completa aqui: bit.ly/SalasDeVacinação).

Vale reforçar que este é o último ano em que a vacina oral, em gotinhas, será utilizada.

A meta da cobertura vacinal da poliomielite é de 95% da população. Nos últimos anos, as coberturas no Recife foram bem abaixo no recomendado: 61,40% (2021), 63,35 (2022) e 70,90% (2023).

Panorama da pólio no Brasil

O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989 e, cinco anos depois, em 1994, recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem.

No entanto, no ano passado, o país foi classificado como de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC).

Essa categorização se deu a partir do desempenho das coberturas vacinais, dos indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e do status de contenção laboratorial dos poliovírus, por exemplo.

Em 2022, 77% das crianças com menos de 1 ano receberam a dose da VIP.

Já em 2023, o número saltou para 84,63%, de acordo com dados premilimares.

Neste ano, a porcentagem de doses aplicadas da VIP, neste momento, está em 85,42.

No ano passado, os três Estados com os melhores índices de vacinação foram o Ceará, com 93%, Piauí, com 92%, e Santa Catarina, com 90%.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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