ARBOVÍRUS

Febre oropouche: quatro cidades de Pernambuco confirmam novos casos; veja panorama da doença no Estado

Transmissão da febre oropouche é feita principalmente por mosquitos

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Cinthya Leite

Publicado em 06/06/2024 às 14:38 | Atualizado em 06/06/2024 às 17:01
Notícia

Causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense, a febre oropouche é uma doença viral transmitida pelo mosquito maruim e pode causar surtos, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. A doença, que tem sintomas semelhantes aos da dengue e da chikungunya, já tem casos confirmados em quatro cidades de Pernambuco. 

Nesta quinta-feira (6), a partir das análises do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) identificou mais quatro casos de febre oropouche. Com essas novas atualizações, sobe para seis o número de registros da doença em Pernambuco. No dia 22 de maio, foi divulgada a positividade de dois pacientes, moradores de Rio Formoso, município da Zona da Mata Sul do Estado.

De acordo com a SES-PE, todos os pacientes já receberam alta após a recuperação clínica.

"O resultado traz um alerta sobre a importância da vigilância laboratorial que deve funcionar de forma rotineira para identificação de arbovírus circulantes na região, que muitas vezes são subnotificados nos sistemas de vigilância em saúde pública", ressalta a diretora do Lacen-PE, Keilla Paz.

Nesta nova sequência de análises, o vírus oropouche isolado foi identificado, mais uma vez, em pacientes adultos: dois homens e duas mulheres, moradores dos municípios Rio Formoso (Zona da Mata Sul), Moreno (Grande Recife), Maraial (Zona da Mata Sul) e Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife).

As amostras chegaram ao Lacen-PE entre o final de abril e o início de maio. Elas foram analisadas para dengue, zika, chikungunya e oropouche. Os pacientes apresentaram sintomas comuns às arboviroses, como febre, dor de cabeça, dor ao redor dos olhos e mialgias.

O Lacen-PE utiliza a técnica de PCR em tempo real, por meio da qual são selecionadas as amostras de pacientes com sintomas característicos e negativas para dengue, zika e chikungunya, seguindo as orientações fornecidas pelo Ministério da Saúde.

"Os casos já estão em investigação pelas equipes da Diretoria Geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, CIEVS/PE, Gerências Regionais de Saúde e também envolverão as Vigilâncias em Saúde dos municípios para identificar contatos prévios, conhecer o trajeto da doença e locais onde as pessoas habitam, além de complementar as informações já coletadas no primeiro atendimento, em Rio Formoso, na semana passada", explica Eduardo Bezerra.

Quais os sintomas da febre oropouche? 

Os sintomas da febre oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

Assim, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.

Onde há casos de febre oropouche no Brasil? 

A febre oropouche tem apresentado aumento no Brasil neste ano de 2024. Dados do Ministério da Saúde indicam que o País registra atualmente 6.637 casos confirmados, com a maioria concentrada no Amazonas (3.564 casos) e em Rondônia (1.748 casos).

Outros Estados afetados incluem Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Santa Catarina, Piauí, Roraima, Minas Gerais, Amapá e Pernambuco.

Casos detectados no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e Maranhão estão em investigação para determinar o local provável de infecção.

No ciclo silvestre do vírus oropouche, animais como bichos-preguiça e macacos são infectados. Já no ciclo urbano, os seres humanos são os mais infectados.

O mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é apontado como principal transmissor da febre oropouche tanto nas áreas silvestres como nas áreas urbanas.

Nas áreas urbanas, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo ou muriçoca, também pode transmitir o vírus ocasionalmente.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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