Sangue fala: desvendando os segredos das deficiências nutricionais
Exames de sangues de rotina podem revelar deficiências nutricionais que podem acarretar em graves problemas de saúde em todas as idades
Um simples exame de sangue rotineiro pode revelar potenciais problemas de saúde. As deficiências nutricionais indicadas nesses testes podem ocasionar doenças como anemia e osteoporose, além de comprometer o sistema imunológico.
“A frequência dos exames de sangue para avaliar deficiências nutricionais depende de vários fatores, incluindo idade, sexo, estado de saúde geral, histórico médico e dieta”, explica Alberto Barros, clínico geral do Hospital Jayme da Fonte.
E chama atenção para a frequência desses exames: “Pessoas saudáveis têm que fazer uma vez ao ano durante um check-up de rotina. Já os grupos de risco (idosos, gestantes, vegetarianos/veganos, pessoas com condições crônicas) podem precisar de exames mais frequentes, a cada 3-6 meses, conforme orientação médica.”
Outros grupos precisam de monitoramento mais frequente, a exemplo dos vegetarianos e veganos, para monitorar nutrientes como B12, ferro e zinco. Também estão incluídas pessoas com condições crônicas (como doenças gastrointestinais), cuja condição pode interferir na absorção de nutrientes; e atletas, para monitorar níveis de nutrientes que podem afetar o desempenho e a recuperação.
O médico lista as substâncias analisadas no teste de rotina:
- Ferro: através de hemograma, ferritina, transferrina e capacidade de ligação do ferro;
- Cálcio: através da dosagem de cálcio sérico;
- Magnésio: através da dosagem sérica;
- Proteínas e Albumina: através de exames de proteínas totais e frações;
- Vitamina A, E e K: através de dosagens específicas;
- Vitamina B12 e ácido Fólico: através da dosagem sérica;
- Vitamina D: através da 25-hidroxivitamina D;
- Zinco: através da dosagem sérica;
Deficiências nutricionais
Alberto alerta para as consequências a longo prazo das deficiências nutricionais não tratadas:
- Anemia, devido à deficiência de ferro, B12 ou ácido fólico;
- Câncer, por deficiência de vitaminas antioxidantes (A, C, E);
- Comprometimento do sistema imunológico, por causa da maior suscetibilidade a infecções;
- Distúrbios metabólicos, como fadiga crônica e problemas de pele;
- Doenças cardiovasculares, devido à deficiência de vitamina D e ômega-3;
- Doenças ósseas, como osteoporose, devido à deficiência de cálcio e vitamina D;
- Diabetes tipo 2, por causa da deficiência de magnésio;
- Problemas neurológicos, como neuropatia periférica, devido à deficiência de B12.
Como prevenir
Para evitar essas deficiências, é fundamental uma dieta balanceada e nutritiva. Também é importante tratar doenças que afetam a absorção de nutrientes e realizar exames de sangue periodicamente.
Outras formas de prevenção dessas deficiências são realizar atividade física regular e ter exposição ao sol regular para estimular a produção de vitamina D. “Em alguns casos, o médico pode orientar ao paciente algum tipo de suplementação”, finaliza Alberto.