Força-tarefa contra febre oropouche se reúne no Recife para avançar no enfrentamento à doença

Participarão do encontro técnicos e gestores de vários Estados brasileiros, além de especialistas e cientistas dedicados ao enfrentamento à doença

Publicado em 26/07/2024 às 18:07

Após a confirmação de duas mortes por febre oropouche na Bahia (as primeiras em todo o mundo) e do segundo caso, em Pernambuco, de óbito fetal positivo para o vírus, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) promovem, no dia 1º de agosto, um seminário para tratar de questões relativas à febre oropouche. 

Participarão do encontro técnicos e gestores de diferentes Estados brasileiros, além de especialistas e cientistas que estão dedicados ao enfrentamento à doença, que tem se disseminado no Brasil. A SES-PE informa que o local e o horário do evento serão divulgados em breve.

Neste ano de 2024, foram registrados 7.236 casos de febre oropouche, em 20 Estados brasileiros. A maior parte dos casos foi notificada no Amazonas e em Rondônia.

A detecção de casos de febre oropouche foi ampliada para todo o País em 2023, após o Ministério da Saúde disponibilizar testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Com isso, os casos, até então concentrados no Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões brasileiras.

O Ministério da Saúde informa que mantém monitoramento de casos e óbitos por oropouche por meio da Sala Nacional de Arboviroses, com diálogo constante com as secretarias estaduais e municipais de saúde. O acompanhamento, de acordo com a pasta, tem sido realizado também por meio de visitas técnicas, investigação in loco, busca ativa e pesquisa vetorial. 

Mortes confirmadas por oropouche no Brasil

Os óbitos causados por oropouche são de mulheres que viviam interior do Estado da Bahia. Elas tinham menos de 30 anos e não apresentavam comorbidades (doenças crônicas). Ao adoecerem, elas tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave. Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença.

A investigação dos casos foi feita pela Secretaria de Estado da Saúde da Bahia. "Continua em investigação um óbito em Santa Catarina, e foi descartada a relação causal por febre oropouche de um óbito ocorrido no Maranhão", diz o Ministério da Saúde. 

Transmissão vertical da febre oropouche

Estão em investigação, no Brasil, seis casos de transmissão vertical (de mãe para filho) da infecção da febre oropouche. São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre.

Dois casos em Pernambuco evoluíram para óbito fetal.

Entre os demais casos de transmissão vertical, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre oropouche e casos de malformação ou abortamento.

O Ministério da Saúde emitiu, no dia 11 de julho, uma nota técnica a todos os Estados e municípios para recomendar a intensificação da vigilância em saúde, após a confirmação de transmissão vertical do vírus oropouche pelo Instituto Evandro Chagas (IEC). A instituição identificou presença do genoma do vírus em um caso de morte fetal em Pernambuco e de anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos.

Entre as recomendações feitas pelo Ministério da Saúde, estão a de intensificar a vigilância na gestação e o acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram suspeita clínica de arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre oropouche), como também alertar sobre medidas de prevenção para a população, incluindo gestantes, sobre cuidados para evitar áreas com muitos maruins e mosquitos, além de orientar sobre uso de roupas que cubram a maior parte do corpo.

INVESTIGAÇÃO

Estão em andamento três grupos de pesquisa sobre febre oropouche. Um deles tem foco em informações laboratoriais, como a linhagem do vírus e as características genômicas. Outro acompanha as manifestações clínicas dos pacientes, e o terceiro grupo investiga qual o ciclo da doença nos mosquitos transmissores. 

A transmissão da doença é feita principalmente pelo inseto conhecid popularmente como maruim ou mosquito-pólvora.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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