Emergência cardíaca: o que pode causar e quando ir ao hospital
Doenças do coração, como infarto e parada cardiorrespiratória, são uma das principais causas de morte no País, segundo o Ministério da Saúde
Falta de ar, dor no peito e taquicardia: esses podem ser alguns sintomas de problemas cardíacos que precisam de socorro imediato. Esses sinais podem indicar infarto, acidente vascular cerebral (AVC), parada cardiorrespiratória e outras doenças cardiovasculares.
De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças desse tipo são responsáveis por 30% dos óbitos no país em 2022 - o que corresponde a 400 mil mortes. Até a última terça-feira (13), o número de pessoas que morreram por doenças cardiovasculares em 2024 foi de 249.911. A informação é do Cardiômetro, ferramenta que considera cálculos estatísticos e dados oficiais de óbitos desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Os números alarmantes ressaltam a importância de recorrer à emergência cardíaca. Minutos podem fazer a diferença na hora do socorro. "Uma emergência cardiológica é uma condição clínica que requer intervenção imediata, seja por meio de medicação ou internação, dependendo do caso. Trata-se de situações que colocam a vida do paciente em risco", explica Verônica Monteiro, gerente da cardiologia do Real Hospital Português (RHP).
Sintomas e quando ir ao hospital
A cardiologista elenca os principais sintomas que podem indicar um problema cardiovascular que necessite de socorro imediato:
- Desmaio
- Dor no peito
- Falta de ar
- Palpitações
- Taquicardia
Verônica pontua que os sintomas podem variar de acordo com o paciente. “As manifestações cardiológicas são extremamente variáveis. O paciente pode ter uma emergência cardíaca sem apresentar a dor clássica no peito, aquela sensação de aperto ou queimação. Às vezes, a dor é atípica, irradiando para o braço esquerdo ou direito, para a mandíbula, ou mesmo apenas uma dor de estômago, falta de ar ou desmaio.”
“Dependendo dos fatores de risco do paciente, há necessidade de uma avaliação clínica mais criteriosa, uma vez que todos esses sintomas podem indicar uma condição cardíaca mais séria”, acrescenta a médica.
Causas
Entre as principais causas das emergências cardíacas destacadas por Verônica estão infarto, edema agudo de pulmão e a insuficiência cardíaca descompensada, também conhecida como 'coração crescido'. “Pico hipertensivo é uma das principais causas de atendimento em emergência, mas tem diferentes graus de gravidade, podendo ou não precisar de intervenção”, complementa.
A cardiologista ressalta os fatores de risco: "Hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol alto, histórico de doença cardiovascular prévia, sedentarismo e obesidade. A população maior de 40 anos deve sempre ser estudada, principalmente com algum desses fatores de risco mencionados, pois até uma dor abdominal pode indicar uma emergência.”
Tratamento
"O primeiro passo no tratamento de emergências cardíacas é o acolhimento. Cerca de 30% das queixas em emergências cardiológicas são psicossomáticas, enquanto nos outros 70% encontramos uma doença real. No entanto, é essencial tratar 100% dos casos, e o acolhimento, que inclui ouvir e escutar atentamente o paciente, é fundamental. Muitas vezes, apenas escutar já contribui para o tratamento”, afirma Verônica.
A cardiologista explica que os tratamentos dependem do quadro médico do paciente. “Eles incluem o uso de medicamentos, que podem ser administrados na urgência. Às vezes, é necessário apenas ajustar a medicação que o paciente já toma, sem necessidade de intervenção adicional na urgência.”
“Após exames, se tudo estiver estável, o paciente pode ser liberado para casa. No entanto, em casos mais graves, como angina ou infarto, pode ser necessário internar o paciente para procedimentos como cateterismo cardíaco. Para pacientes com suspeita de insuficiência cardíaca, exames como ecocardiograma e raio-x de tórax são realizados assim como o seguimento da investigação etiológica da doença.”, complementa.
Como prevenir?
Verônica afirma que manter hábitos saudáveis pode ajudar na prevenção de problemas vasculares. "Controle de peso, prática regular de exercícios físicos, alimentação balanceada, evitar o tabagismo e o excesso de álcool”, exemplifica.
“Outro aspecto importante é a saúde mental: dormir bem, se permitir momentos de lazer e relaxamento e evitar o ‘vício do stress’. Além disso, consultas regulares com um cardiologista são essenciais, especialmente para pacientes acima de 40 anos. Essas consultas permitem a detecção precoce de doenças que podem ser controladas clinicamente, evitando que o paciente chegue a uma emergência ou necessite de intervenção cirúrgica", acrescenta.
Real Hospital Português
Referência no setor hospitalar e no atendimento, o Real Hospital Português conta com infraestrutura diferenciada, inclusive na emergência cardíaca. “É o único hospital privado no Nordeste que possui dois cardiologistas disponíveis 24 horas na emergência. Isso dá segurança tanto ao atendimento de porta, quanto para o atendimento de pacientes internados pela Cardiologia do hospital”, destaca Pedro Casé, diretor de Relacionamento Médico do RHP.
“Os pacientes são atendidos em um box individual e seguem um fluxo específico de cardiologia, diferentemente das demais especialidades, garantindo agilidade, segurança e conforto para o paciente e seus familiares. Além disso, dispomos de 40 leitos de UTI exclusivos para pacientes cardiológicos, a maior estrutura do Norte Nordeste”, detalha.
"Temos várias inovações tecnológicas impactando o tratamento de emergências cardíacas. A aquisição de imagens, além de testes bioquímicos já se iniciam na emergência Cardiológica. Temos aparelho de ultrassom para realização de ecocardiograma à beira leito já na emergência – útil no diagnóstico diferencial de um paciente com falta de ar. Além disso, temos a disposição a angiotomografia do coração na triagem do paciente com dor torácica, o que melhora a investigação da angina e infarto”, exemplifica Pedro.
O hospital também está preparado para casos em que o paciente necessite de outras especialidades. “Além do atendimento cardiológico, contamos com suporte de outras especialidades, como cirurgia vascular, neurologia, ortopedia, clínica médica e otorrinolaringologia. Caso um paciente precise de uma avaliação de outra especialidade, ele será atendido sem precisar procurar por conta própria”, diz o diretor.
“Essa integração e o atendimento especializado em um único lugar são altamente elogiados pelos pacientes e representam um grande diferencial para o atendimento de emergência”, finaliza.