Otosclerose: doença que fez Adriane Galisteu perder 60% da audição pode causar também zumbido e vertigem
Causa não é estabelecida, mas estudos falam de hipóteses como fatores genéticos, hormonais e virais. Mulheres são mais acometidas do que homens
A apresentadora do programa A Fazenda, da TV Record, Adriane Galisteu revelou, em entrevista ao podcast Podcringe, que convive com otosclerose, doença responsável por fazê-la perder 60% da audição. "Estou com a audição muito menor. É uma doença horrível, e não sei de onde ela veio. Estou procurando algum médico ainda que possa ser especialista neste assunto para falar sobre isso, porque não tem e não conheço tratamento", afirmou a artista no programa.
A médica otorrinolaringologista Nathália Prudencio, especialista em tontura e zumbido, explica que a otosclerose é uma doença definida pelo remodelamento ósseo da capsula ótica, estrutura óssea que envolve e protege o labirinto.
SEM CAUSA DEFINIDA
"A causa ainda não é estabelecida, porém estudos falam de algumas hipóteses, como fatores genéticos, hormonais e virais. Ela acomete mulheres duas a três vezes mais do que homens, principalmente mulheres em idade fértil. Apesar da hipótese de uma influência hormonal na otosclerose, ainda há controvérsias quanto a sua piora durante a gravidez", explica a médica.
"É importante destacar que a otosclerose não é uma doença autoimune – isso é apenas uma hipótese, porém sem qualquer comprovação", completa.
PERDA AUDITIVA PROGRESSIVA
De acordo com a médica, o paciente com otosclerose apresentará uma perda auditiva progressiva, geralmente do tipo condutiva bilateral. Por isso, poderá relatar dificuldade de entendimento da fala e necessidade de aumento do volume de aparelhos eletrônicos.
"Além disso, ele pode relatar um zumbido no ouvido e, em casos mais avançados, o paciente poderá apresentar vertigem", explica Nathália.
CUIDADOS
Não existe um cuidado específico para a otosclerose, segundo a médica. "Na verdade, os pacientes devem ter cuidados semelhantes a outros pacientes com perda auditiva, que é evitar a exposição a outros fatores que podem agravar a perda de audição, como exposição a ruído e uso de medicações ototóxicas", explica a especialista.
TRATAMENTO
"O tratamento da otosclerose poderá incluir a cirurgia que se chama estapedotomia, a depender da avaliação médica. Na cirurgia, é feita a substituição de um dos ossículos dentro ouvido médio, que é responsável pela condução do som, que é o estribo. Esse ossículo na otosclerose fica mais rígido comprometendo assim a transmissão correta do som", explica a médica. "Essa cirurgia pode ser indicada mesmo diante de perda auditiva leve ou moderada."
A segunda opção de tratamento é o uso de aparelho de amplificação sonora para corrigir a perda auditiva do paciente. “E em casos de perda auditiva avançada, pode-se indicar o implante coclear", diz a médica.
A medida mais importante, segundo Nathália Prudencio, é ter um diagnóstico correto. "Portanto, diante de sintomas auditivos como dificuldade na audição ou zumbido no ouvido, principalmente se o paciente já tiver história de perda auditiva na família, deve-se buscar ajuda médica o quanto antes", ressalta.