Dia Mundial do Coração: obesidade aumenta em quase 50% risco de doença coronariana

Análise do Datafolha revelou que 58% dos brasileiros acima do peso têm alguma condição de saúde, e só 23% se sentem com alto risco por tais condições

Publicado em 29/09/2024 às 10:45 | Atualizado em 29/09/2024 às 11:05

Neste Dia Mundial do Coração, 29 de setembro, trazemos os destaques de uma pesquisa que entrevistou 2.012 brasileiros acima de 16 anos em todo o Brasil. O levantamento mostrou que 18% dos participantes reconhecem ter sobrepeso e/ou obesidade e 58% afirmam possuir ao menos uma condição de saúde. Mas apenas 23% desse público se sentem com alto risco por tais condições, mesmo com dados que mostra que 27% têm pressão alta, 18% sofrem com problemas nos ossos ou nas articulações (como coluna e joelho) e 15% têm colesterol alto.

Esses índices são significativamente maiores quando comparados aos indivíduos sem sobrepeso, grupo em que 10% possuem pressão alta e 9% têm colesterol alto. 

A pesquisa foi divulgada pela farmacêutica Novo Nordisk e conduzida pelo instituto Datafolha entre os dias 10 e 14 de junho de 2024.

Os números alertam para o risco de se subestimar os riscos à saúde, em especial os relacionados a condições cardiovasculares, como hipertensão e diabetes.

"Esses achados reforçam a urgência de se tratar a obesidade como uma questão central de saúde, não apenas pelos impactos diretos na qualidade de vida, mas também pelos riscos cardiovasculares elevados", diz a endocrinologista Priscilla Mattar, vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk Brasil.

"A obesidade não é apenas uma questão estética, mas uma condição de saúde crônica que impacta profundamente o risco de desenvolver doenças graves, como a hipertensão, o diabetes e, principalmente, as doenças do coração, principal causa de morte no País."

Maioria dos brasileiros tem sobrepeso, fator de risco para doenças do coração

De acordo com um estudo da Fiocruz, até 2044 quase metade (48%) dos adultos brasileiros terá obesidade, e 27% estarão com sobrepeso. Hoje, 56% da população adulta já convivem com essas condições (34% com obesidade e 22% com sobrepeso).

O excesso de peso está diretamente relacionado a graves consequências para a saúde. Nos próximos 20 anos, estima-se o surgimento de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso, como diabetes (5,57 milhões de casos), doenças cardiovasculares (2,12 milhões), além de câncer, cirrose e doença renal crônica.

Estima-se ainda 1,2 milhão de mortes associadas ao excesso de peso, sendo que 57% delas serão causadas por doenças cardiovasculares. A diabetes representará mais de 51% dos novos casos de doenças crônicas ligadas à obesidade.

Brasileiros subestimam impacto da obesidade na saúde do coração

Em agosto, a pesquisa do Datafolha encomendada pela Novo Nordisk revelou que a maioria dos brasileiros (59%) está acima do peso (24% com obesidade e 35% com sobrepeso), mas apenas 11% possuem diagnóstico médico confirmado.

Ainda entre esse público, 61% afirmam que possuem boa saúde e 42% não apontam qualquer condição de saúde relacionada ao excesso de peso.

No total da amostra, 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, mas que 63% dizem que gostariam de mudá-lo – 17% querem ganhar e 46% perder peso.

A pesquisa, que teve abrangência nacional, entrevistou 2.012 brasileiros com idade média de 43 anos. A amostra foi desenhada de forma representativa em termos de gênero, classe social e região do País, e conduzida para explorar as percepções dos brasileiros em relação ao sobrepeso e obesidade.

Obesidade aumenta em quase 50% risco de doença coronariana

Estudos comprovaram que a obesidade aumenta em 49% o risco de doença coronariana. "Ou seja, a obesidade aumenta o risco de o paciente sofrer um infarto, mesmo apresentando exames normais", ressalta Priscilla Mattar. 

"Na Novo Nordisk, nosso compromisso é assegurar que o tratamento dessa doença crônica não aborde apenas o peso na balança, mas que também auxilie na preservação da saúde do coração, a fim de promover uma vida mais longa e saudável", frisa a endocrinologista.  

A médica ainda destaca que, nos últimos anos, o mundo vivencia um avanço significativo no tratamento da obesidade. "Chegamos em uma nova era, com mais tecnologia e inovação, sendo possível garantir proteção cardiovascular a esses pacientes. Com o estudo Select, conseguimos comprovar que a semaglutida 2,4 mg vai além da perda de peso."

De acordo com Priscilla, semaglutida 2,4 mg oferece uma proteção real e significativa contra eventos cardiovasculares graves em pessoas com obesidade no estudo Select. "É uma importante ferramenta na prevenção e no cuidado de doenças cardíacas."

O estudo Select (sigla para Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a superioridade de semaglutida 2,4mg em comparação ao placebo, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos graves em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida, sem histórico prévio de diabetes.

Em maio desse ano, foram apresentadas novas análises dos resultados que demonstraram que o tratamento com semaglutida 2,4mg em pessoas com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade proporciona perda de peso robusta e sustentada por até 4 anos.

Além disso, o estudo mostrou que a medicação reduz o risco de MACE (que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal), independentemente da perda de peso alcançada, e ainda garante a relação risco-benefício positiva geral do tratamento e demonstra um perfil de segurança consistente.

O programa de estudos STEP já havia comprovado que a semaglutida 2,4 mg apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%.

O estudo Select foi o primeiro que comprovou redução de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal) em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida.

O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.

Sobre a semaglutida 2,4 mg

Estudos mostram que a semaglutida 2,4 mg é um tratamento para obesidade com benefício e proteção cardiovascular comprovados. 

No Brasil, é o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso, com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso.

Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso - um terço dos pacientes têm redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal).

Também já foi comprovado que a redução no risco desses eventos adversos ocorre independentemente da perda de peso desses pacientes, que se mostrou sustentada ao longo de quatro anos, com relação positiva de risco-benefício e perfil de segurança consistente.

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