Lula internado: o que é hemorragia intracraniana, que levou Lula a uma cirurgia de emergência?

O procedimento, que durou cerca de duas horas e ocorreu "sem complicações", permitiu "drenar o hematoma do sangramento cerebral", explicou e

Publicado em 10/12/2024 às 21:02 | Atualizado em 10/12/2024 às 21:17
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 79 anos, foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10), em São Paulo, devido a uma "hemorragia intracraniana", segundo a equipe médica.

Em coletiva de imprensa, o médico Roberto Kalil falou sobre o procedimento (craniotomia), que durou cerca de duas horas e ocorreu "sem complicações". O objetivo da cirurgia, realizada no Hospital Sírio-Libanês, foi "drenar o hematoma do sangramento cerebral". 

O presidente, de acordo com os médicos, "está estável, conversando normalmente e se alimentando" e "não teve sequela alguma" após a cirurgia. Lula presidente deve ficar as próximas 48 horas em observação na unidade de terapia intensiva (UTI). A previsão é que ele fique no hospital até a próxima semana. 

Entenda o caso

O presidente se sentiu indisposto na segunda-feira (9), com dor de cabeça. Precisou passar por uma ressonância magnética, que apontou uma "hemorragia intracraniana". A condição é consequência de uma queda que ele sofreu em outubro.

O sangramento estava entre o cérebro e a membrana dura-máter (membrana espessa e resistente que envolve o cérebro e a medula espinhal). 

Saiba o que é hemorragia intracraniana

Em nota, o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Wuilker Knoner Campos, esclarece dúvidas sobre a hemorragia intracraniana. 

O hematoma subdural crônico (condição em que ocorre o acúmulo de sangue entre o crânio e a membrana que cobre o cérebro, a dura-máter) é um acúmulo de sangue na superfície do cérebro, causado por um sangramento lento entre o cérebro e o crânio.

"Ele acontece geralmente após um trauma leve na cabeça, muitas vezes esquecido ou nem percebido, especialmente em pessoas mais velhas. Esse sangramento se acumula ao longo de semanas ou meses, comprimindo o cérebro e causando sintomas progressivos", diz Wuilker Knoner Campos. 

De acordo com a nota da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, embora o hematoma subdural crônico seja uma condição séria, ele tem tratamento. "Muitos pacientes se recuperam bem após a intervenção adequada. É preciso ficar atento aos sintomas e buscar ajuda médica ao notar qualquer alteração de comportamento, memória ou equilíbrio." 

Hemorragia intracraniana: causas e fatores de risco

  • Traumas leves na cabeça: Uma queda ou batida na cabeça, mesmo que pareça insignificante, pode romper pequenos vasos sanguíneos.
  • Idade avançada: O cérebro encolhe com o envelhecimento, deixando mais espaço para o sangue se acumular.
  • Uso de anticoagulantes e aspirina: Esses medicamentos aumentam o risco de sangramentos.
  • Consumo excessivo de álcool: Pode fragilizar os vasos sanguíneos.

Sintomas do hematoma do sangramento cerebral

Como o hematoma se desenvolve lentamente, os sintomas podem ser sutis no início e pioram com o tempo:

  • Dor de cabeça constante
  • Confusão e desorientação
  • Sonolência e apatia
  • Dificuldade para andar
  • Fraqueza em um lado do corpo
  • Alterações de memória ou comportamento
  • Convulsões em casos mais graves

Como diagnosticar?

O diagnóstico é feito com exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que mostram o acúmulo de sangue e a compressão do cérebro.

Tratamento do hematoma 

  • Casos leves: Podem ser monitorados se os sintomas forem mínimos e estáveis.
  • Casos graves: A cirurgia para drenagem do sangue é necessária. O procedimento mais comum é a craniotomia (abertura no crânio) ou a trepanação (pequenos furos no crânio), que permite a retirada do hematoma.

Como prevenir?

  • Evitar quedas: usar tapetes antiderrapantes e manter a casa bem iluminada
  • Ter cuidado com medicamentos: tomar anticoagulantes apenas com orientação médica
  • Evitar álcool em excesso

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