HIV: casos aumentam no Brasil em 4,5%, mas mortalidade pelo vírus diminui

Os casos estão concentrados entre indivíduos de 25 a 29 anos e a maior parte foi observada em homens, totalizando cerca de 27 mil diagnósticos

Publicado em 13/12/2024 às 11:44
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O mês de dezembro traz a campanha de conscientização sobre o HIV e a aids, o dezembro vermelho. Em 2023, o Brasil registrou um aumento de 4,5% no número de novos casos de HIV, totalizando 38 mil diagnósticos. Os dados são do Ministério da Saúde.

Esse aumento, embora preocupante, reflete políticas públicas de prevenção e diagnóstico precoce, que é essencial para que o tratamento seja efetivo.

O uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), que impede a infecção pelo HIV quando tomada antes da exposição ao vírus, foi ampliado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Aumento nos diagnósticos

A ampliação do acesso à PrEP trouxe à tona um aumento na procura por exames, o que levou à detecção de casos em estágios iniciais. 

Por outro lado, o avanço do tratamento leva à negligenciação da prevenção. Segundo a infectologista Juliana Barreto, do complexo de saúde goiano Órion, "as pessoas perderam o medo de se contaminar e não usam mais preservativos, principalmente os jovens. Tanto é que aumentou o índice de outras doenças transmissíveis além do HIV”.

Apesar do aumento no número de diagnósticos, a boa notícia é que a mortalidade por aids no Brasil caiu para 3,9 óbitos por 100 mil habitantes em 2023, o menor número dos últimos dez anos.

Regiões

A Região Norte apresentou a maior taxa de detecção de HIV, com 26% dos novos casos registrados, seguida pela Região Sul, com 25%.

Além disso, a maioria dos diagnósticos foi registrada entre homens, especialmente aqueles com idades entre 25 e 29 anos.

A alta taxa de diagnóstico no país é, ao mesmo tempo, um avanço e um desafio. É necessário garantir que todos os diagnosticados tenham acesso a tratamento imediato e a suporte contínuo para evitar que abandonem o tratamento ou interrompam a terapia antirretroviral.

Se começar o tratamento rápido, feito um diagnóstico precoce, quase nunca evolui para aids

Juliana Barreto, infectologista

Qual a diferença entre HIV e aids?

Muitas pessoas ainda confundem  HIV e aids, mas é importante entender que, embora estejam intimamente ligados, eles se referem a estágios diferentes da infecção.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus responsável pela infecção, que ataca o sistema imunológico do corpo, enfraquecendo as defesas.

A aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a fase mais avançada da infecção, quando o sistema imunológico está severamente comprometido.

É possível eliminar os casos de aids no Brasil?

O Brasil tem cumprido com metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) de eliminar a aids como um problema de saúde pública até 2030.

Em 2023, 96% das pessoas com HIV foram diagnosticadas, um grande avanço em relação aos anos anteriores.

Atualmente, 82% das pessoas diagnosticadas estão em tratamento, mas a meta é alcançar 95%.

Além disso, a ONU estipula que, do grupo em tratamento, 95% devem atingir um HIV indetectável, o que significa que o vírus não pode ser transmitido para outras pessoas.

Saiba onde fazer o teste rápido de HIV

Para fazer o teste rápido de HIV, você pode procurar uma unidade básica de saúde da rede pública ou os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), que oferecem o serviço gratuitamente.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, Pernambuco possui 34 CTAs espalhados entre a Região Metropolitana do Recife e interior. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, além do teste para HIV, exames rápidos para sífilis e hepatites B e C. 

Confira como assistir aos Videocasts do JC

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Se começar o tratamento rápido, feito um diagnóstico precoce, quase nunca evolui para aids<br><br>

Juliana Barreto, infectologista

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