Doenças do coração são responsáveis por 30% das mortes de mulheres no mundo
Segundo a Organização Mundial da Sáude (OMS), 8,5 milhões de óbitos de mulheres por ano são devido a doenças cardiovasculares

Durante anos, Doenças Cardiovasculares (DCV), como por exemplo, arritmia, insuficiência cardíaca e até mesmo o ataque cardíaco, foram doenças vinculadas aos homens.
No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2024, mostraram outro cenário. As DCV são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo, totalizando 8,5 milhões de óbitos anuais — o equivalente a mais de 23 mil mortes por dia.
Principais doenças cardiovasculares
As doenças cardiovasculares englobam uma série de condições que afetam o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos. Entre as mais comuns estão:
- Infarto do miocárdio: ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é interrompido, geralmente por um bloqueio nas artérias coronárias.
- Hipertensão arterial: pressão alta que sobrecarrega o coração e pode levar a complicações graves.
- Insuficiência cardíaca: quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente.
- Arritmias: alterações no ritmo cardíaco, que podem ser benignas ou representar risco de morte.
- Doença arterial coronariana: acúmulo de placas nas artérias que irrigam o coração, dificultando a circulação sanguínea.
A organização estimou que mais de 30% dos óbitos ocorridos entre mulheres são causados por algum problema ligado ao coração.
Menopausa
De acordo com o cirurgião cardiovascular Edmilson Cardoso, chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da UFPE, a menopausa tem relação com o risco enfrentado pelas mulheres.
Segundo ele, a queda no nível do estrogênio é a principal causa pois o hormônio faz aproteção dos vasos sanguíneos.
Além disso, o médico destaca o estresse como fator agravante. "O estresse nas mulheres está frequentemente ligado a dupla ou até tripla jornada de trabalho. A sobrecarga entre a vida profissional, os cuidados com a casa e os filhos pode levar ao sedentarismo, má alimentação, tabagismo e consumo excessivo de álcool, todos fatores que elevam as chances de infarto do miocárdio”, destaca.
Sinais do infarto em mulheres
O médico explica que diferente do padrão clássico de dor no peito, que costuma ocorrer nos homens, o infarto em mulheres pode se manifestar com outros sintomas menos específicos, dificultando o diagnóstico precoce. Entre os principais sinais estão:
- Ardência na pele;
- Dor no pescoço, nos ombros, no rosto e/ou na mandíbula;
- Falta de ar;
- Fadiga incomum;
- Palpitações que se assemelham a uma crise de ansiedade.
Os sintomas tradicionais como a dor no peito, nas costas, náuseas e vômitos, flata de ar e indigestão ainda podem aparecer.
Como prevenir um infarto?
Embora o infarto não possa ser previsto, há medidas eficazes para reduzir os riscos. Entre as principais recomendações estão:
- Manter uma alimentação equilibrada;
- Prática de atividade física pelo menos 150 minutos por semana (22 minutos por dia);
- Não fumar;
- Moderar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Manter o peso sob controle;
- Cuidar de doenças crônicas que aumentam o risco cardiovascular, como hipertensão, diabetes e dislipidemia.
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