Doenças do coração são responsáveis por 30% das mortes de mulheres no mundo

Segundo a Organização Mundial da Sáude (OMS), 8,5 milhões de óbitos de mulheres por ano são devido a doenças cardiovasculares

Publicado em 10/03/2025 às 16:37 | Atualizado em 10/03/2025 às 16:39
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Durante anos, Doenças Cardiovasculares (DCV), como por exemplo, arritmia, insuficiência cardíaca e até mesmo o ataque cardíaco, foram doenças vinculadas aos homens.

No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2024, mostraram outro cenário. As DCV são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo, totalizando 8,5 milhões de óbitos anuais — o equivalente a mais de 23 mil mortes por dia.

Principais doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares englobam uma série de condições que afetam o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos. Entre as mais comuns estão:

  • Infarto do miocárdio: ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é interrompido, geralmente por um bloqueio nas artérias coronárias.
  • Hipertensão arterial: pressão alta que sobrecarrega o coração e pode levar a complicações graves.
  • Insuficiência cardíaca: quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente.
  • Arritmias: alterações no ritmo cardíaco, que podem ser benignas ou representar risco de morte.
  • Doença arterial coronariana: acúmulo de placas nas artérias que irrigam o coração, dificultando a circulação sanguínea.

A organização estimou que mais de 30% dos óbitos ocorridos entre mulheres são causados por algum problema ligado ao coração.

Menopausa

De acordo com o cirurgião cardiovascular Edmilson Cardoso, chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da UFPE, a menopausa tem relação com o risco enfrentado pelas mulheres.

Segundo ele, a queda no nível do estrogênio é a principal causa pois o hormônio faz aproteção dos vasos sanguíneos.

Além disso, o médico destaca o estresse como fator agravante. "O estresse nas mulheres está frequentemente ligado a dupla ou até tripla jornada de trabalho. A sobrecarga entre a vida profissional, os cuidados com a casa e os filhos pode levar ao sedentarismo, má alimentação, tabagismo e consumo excessivo de álcool, todos fatores que elevam as chances de infarto do miocárdio”, destaca.

Sinais do infarto em mulheres

O médico explica que diferente do padrão clássico de dor no peito, que costuma ocorrer nos homens, o infarto em mulheres pode se manifestar com outros sintomas menos específicos, dificultando o diagnóstico precoce. Entre os principais sinais estão:

  • Ardência na pele;
  • Dor no pescoço, nos ombros, no rosto e/ou na mandíbula;
  • Falta de ar;
  • Fadiga incomum;
  • Palpitações que se assemelham a uma crise de ansiedade.

Os sintomas tradicionais como a dor no peito, nas costas, náuseas e vômitos, flata de ar e indigestão ainda podem aparecer.

Como prevenir um infarto?

Embora o infarto não possa ser previsto, há medidas eficazes para reduzir os riscos. Entre as principais recomendações estão:

  • Manter uma alimentação equilibrada;
  • Prática de atividade física pelo menos 150 minutos por semana (22 minutos por dia);
  • Não fumar;
  • Moderar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Manter o peso sob controle;
  • Cuidar de doenças crônicas que aumentam o risco cardiovascular, como hipertensão, diabetes e dislipidemia.

Assista ao Videocast Saúde e Bem-Estar, do JC

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