Março Azul-Marinho: Inca prevê mais de 21 mil mortes por câncer colorretal no Brasil em 2025

Segundo o Inca, 45.630 novos casos da doença são esperados no Brasil este ano. Detecção precoce é essencial para encontrar lesão e salvar vidas

Publicado em 10/03/2025 às 16:35 | Atualizado em 10/03/2025 às 16:38
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O câncer colorretal, que acomete parte do intestino grosso (cólon), reto e ânus, é uma das neoplasias mais incidentes no Brasil: é o terceiro tipo mais frequente.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima para este ano 45.630 novos casos da doença: 21.970 em homens e 23.660 em mulheres. Também segundo a instituição, são esperadas 21.262 mortes decorrentes de complicações do câncer colorretal em 2025. 

Com o objetivo de reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) abraça a campanha nacional Março Azul-Marinho, dedicada à conscientização sobre o câncer colorretal.

"O câncer colorretal pode ser silencioso em seus estágios iniciais. Mas, se diagnosticado precocemente, apresenta altas chances de cura, chegando a 90% dos casos. Por isso, a prevenção e o rastreamento são fundamentais", destaca a cirurgiã oncológica Maria das Graças Lapenda, coordenadora do serviço de cirurgia oncológica do HCP.  

O diagnóstico requer biópsia, exame onde um pequeno pedaço de tecido é retirado da lesão suspeita e analisado por um patologista. A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).

Sinais de alerta do câncer colorretal 

Os principais sintomas do câncer colorretal incluem sangue nas fezes, dores abdominais persistentes, alterações no ritmo intestinal (constipação ou diarreia), fadiga, perda de peso inexplicada e anemia.

"Ao perceber qualquer um desses sinais, é fundamental buscar um serviço de saúde para investigação", orienta Maria das Graças Lapenda.

Tratamento

O câncer colorretal é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o principal tratamento, utilizada no início do tratamento quando o tumor é do cólon, ou em sequência à radioterapia e quimioterapia nos tumores de reto baixo.

Na cirurgia, é feita a retirada da parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento, incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

Fatores de risco e prevenção

Entre os fatores de risco para o câncer colorretal, estão obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e uma dieta rica em carnes processadas.

Pessoas acima de 50 anos, especialmente de etnia negra, ou com histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada. 

Os cânceres de cólon e reto apresentam alto potencial para prevenção primária, com a promoção à saúde por meio de estímulo a hábitos de vida e dietéticos saudáveis, e secundária, a partir da detecção precoce.

A prevenção passa por hábitos saudáveis, como manutenção de uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em alimentos ultraprocessados, prática regular de atividades físicas, além de consultas regulares ao médico.

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