Novo ministro da Saúde, Padilha promete reduzir tempo de espera no atendimento especializado
Em cerimônia, ele destacou que fará uma gestão pautada pelo fortalecimento das campanhas de vacinação e pelo enfrentamento de doenças como a dengue

Nesta segunda-feira (10), Alexandre Padilha tomou posse como novo ministro da Saúde. Ele já ocupou a pasta de 2011 a 2014 e substitui Nísia Trindade. A Secretaria de Relações Institucionais, que era ocupada por Padilha, será comandada, a partir de agora, por Gleisi Hoffmann, que também tomou posse nesta segunda-feira.
Durante a cerimônia, realizada no Palácio do Planalto com a presença de autoridades, Padilha reiterou a "obsessão em reduzir o tempo de espera e ampliar o acesso ao atendimento especializado no Brasil". Ele destacou que não há solução mágica para um problema que se arrasta há décadas, agravou-se com a pandemia e o descaso do governo anterior.
"Não se trata de uma doença aguda para a qual já exista um remédio imediato. Como dizemos na medicina, não é algo que possamos resolver apenas aliviando a febre e a dor momentaneamente", disse. Na solenidade de posse no Palácio do Planalto, o ministro Padilha afirmou que aprendeu com o presidente Lula que "diante da dificuldade, a gente teima. Teima, insiste, vai lá e faz".
O novo ministro Padilha ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) como um pilar fundamental da sociedade brasileira e se comprometeu a defendê-lo de ataques e retrocessos.
"Negacionistas, vocês têm as mãos sujas com o sangue de todos aqueles que partiram na pandemia. Este governo não permitirá que a perversidade de vocês gere indiferença e desprezo à vida das nossas crianças e famílias brasileiras", afirmou Padilha, ao se referir ao impacto das políticas negacionistas na crise sanitária da covid-19.
Ele também destacou que fará uma gestão pautada pelo fortalecimento das campanhas de vacinação, pelo enfrentamento de doenças tropicais como a dengue e a malária, como também pela busca de novas tecnologias para aprimorar o atendimento no SUS.
"Não podemos aceitar que um entregador fique sem trabalhar e sustentar sua família por falta de um exame acessível em um horário viável. Vamos lutar, porque é desumano que uma família inteira sofra noites de angústia esperando a realização de uma biópsia, quando sabemos que o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura do câncer", frisou Padilha, ao reiterar o compromisso de colocar esse desafio histórico no centro das ações do Ministério da Saúde. "Esta não será apenas uma prioridade; será nossa agenda diária de trabalho."
Novo modelo de remuneração no SUS
Entre os desafios assumidos pelo novo ministro, também está a criação de um novo modelo de financiamento para os serviços de saúde.
Na cerimônia, Alexandre Padilha anunciou que sua equipe trabalhará para encerrar a atual tabela SUS, com a proposta de um sistema de remuneração mais eficiente para Estados, municípios e hospitais garantirem atendimento mais rápido e de qualidade.
"Teremos coragem e ousadia para superar esse modelo e criar uma política que valorize quem atende no tempo certo. Não há solução mágica, mas há determinação. Vamos enfrentar e vencer este desafio", destacou.
Padilha encerrou o discurso ao reafirmar que o governo não medirá esforços para melhorar a saúde pública no Brasil. Ele destacou que a experiência como ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff e como secretário de Saúde de São Paulo o preparou para enfrentar os desafios atuais da pasta.