Diagnóstico precoce do câncer do colo do útero amplia opções de tratamento e preserva a fertilidade

Entenda como o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero preserva a fertilidade e amplia opções de tratamento

Publicado em 12/03/2025 às 18:37 | Atualizado em 12/03/2025 às 18:38
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O câncer do colo do útero continua sendo um dos tumores ginecológicos mais comuns no Brasil, apesar da disponibilidade gratuita de exames preventivos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2021, a doença foi responsável por 6.606 mortes no país, muitas das quais poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce.

A realização periódica do exame Papanicolau e do teste de HPV é essencial para identificar lesões antes que evoluam para um tumor invasivo, aumentando as chances de tratamentos menos agressivos e, em alguns casos, preservando a fertilidade.  

Baixa adesão aos exames preventivos  

Apesar da eficácia comprovada do rastreamento, a adesão aos exames preventivos ainda é um desafio em várias regiões do Brasil. O médico Marcelo Vieira, cirurgião oncológico e especialista em cirurgias minimamente invasivas, aponta que a falta de informação, dificuldades de acesso a serviços de saúde, medo do exame e receio do diagnóstico são os principais obstáculos.

“Mulheres de baixa renda ou que vivem em áreas afastadas têm menor taxa de realização do Papanicolau, o que contribui para o aumento de casos em estágio avançado”, explica.  

Outro problema é a descontinuidade no acompanhamento médico. “Muitas pacientes fazem o exame uma única vez e não repetem a testagem regularmente. Como as lesões pré-cancerígenas podem levar anos para evoluir, o rastreamento periódico é fundamental para detectar e tratar alterações a tempo”, alerta o especialista.

Diagnóstico precoce

Quando detectado precocemente, o câncer do colo do útero pode ser tratado com procedimentos menos invasivos, preservando a saúde da paciente e sua capacidade reprodutiva.

“Métodos como a conização e a traquelectomia radical são opções viáveis para mulheres em estágios iniciais da doença, evitando cirurgias mais drásticas, como a histerectomia”, destaca Vieira. Além disso, tecnologias inovadoras, como o dispositivo Duda, desenvolvido para evitar o fechamento do canal endocervical após a cirurgia, aumentam as chances de gravidez mesmo após o tratamento oncológico.  

Conscientização e acesso 

A conscientização sobre a importância dos exames periódicos e a ampliação do acesso ao rastreamento são fundamentais para reduzir a incidência da doença.

“Muitas mulheres não sabem que o HPV, principal fator de risco para o câncer do colo do útero, pode ser tratado antes de causar alterações malignas. Campanhas de educação e a melhoria no acesso aos serviços de saúde são essenciais para garantir tratamentos mais eficazes e menos agressivos”, finaliza o oncologista.

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