BOMBA EM BRASÍLIA

BOMBA EM BRASÍLIA: homem detido por armar bomba participava de ato bolsonarista e não agiu sozinho

O homem tem conexões com outros bolsonaristas que acampam em frente ao Quartel General do Exército com apelos golpistas contra a eleição de Lula

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Milena Galvão

Publicado em 26/12/2022 às 8:33 | Atualizado em 26/12/2022 às 10:45
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Com Estadão Conteúdo

Polícia Civil do Distrito Federal investiga a participação de mais envolvidos na tentativa de explosão de uma bomba em área próxima ao aeroporto da capital.

O empresário George Washington de Oliveira Sousa, do Pará, foi preso, no último sábado (24), e confessou ter armado o artefato, alegando que queria "provocar o caos" em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

O homem é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e tem conexões com outros bolsonaristas que acampam em frente ao Quartel General do Exército com apelos golpistas contra a eleição de Lula.

Um arsenal com duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, além de centenas de munições e cinco emulsões explosivas foi apreendido em um apartamento alugado por ele no Sudoeste, bairro de Brasília.

"Tem outras pessoas envolvidas que serão identificadas e presas" , disse o diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Robson Cândido, em entrevista coletiva. "Ele queria, o grupo dele, gostaria de chamar a atenção, justamente ir para o aeroporto explodir lá esse artefato para causar um tumulto dentro da nossa cidade com esse objetivo ideológico deles, político", disse.

Quem é o bolsonarista suspeito de armar a bomba?

Segundo a polícia, o homem que confessou ter montado um explosivo na Estrada Parque Aeroporto, próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, é um empresário de 54 anos.

O paraense George Washington de Oliveira Sousa viajou do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O artefato explosivo foi encontrado à margem da pista de rolamento, no gramado de um canteiro central.

Segundo Cândido, houve tentativa de acionamento da bomba, mas o artefato não explodiu. Para ele, o empresário queria implantar o "caos".

"Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente e estão imbuídos nessa missão, segundo eles ideológica. Isso é um ato que nunca existiu em Brasília. Se esse material adentrasse o aeroporto seria uma tragédia jamais vista. A intenção deles era explodir (a bomba) e causar esse tumulto baseado nessa ideologia", disse o delegado.

O homem foi encontrado e preso em um apartamento em Sudoeste, na região central do Distrito Federal. O empresário foi autuado por posse e porte ilegal de armas, munições e explosivos e crime contra o estado democrático de direito.

Flávio Dino, futuro ministro da Justiça de Lula, disse que o artefato explosivo tinha "emulsão de pedreira". O senador eleito fez elogios à polícia pela operação. "Cumprimento da Polícia Civil do DF pela prisão e apreensões efetuadas nesta noite, com aparente ligação com o artefato explosivo desta manhã. Fotos mostram o terrível efeito do extremismo no Brasil. Que todos rezemos nesta noite pela paz", publicou em suas redes sociais.

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