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BRASÍLIA HOJE: veja como ficou o Palácio do Planalto após invasão por terroristas bolsonaristas

O estado do Palácio do Planalto, sede da Presidência, em Brasília, depredado por bolsonaristas, arrancou lágrimas de seus funcionários

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Amanda Azevedo

Publicado em 09/01/2023 às 15:13 | Atualizado em 09/01/2023 às 15:29
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Com AFP

Pisos sem as pedras originais, vidros quebrados, móveis parcialmente submersos na água e um cheiro persistente de gás lacrimogêneo.

O estado do Palácio do Planalto, sede da Presidência, em Brasília, depredado por bolsonaristas, arrancou lágrimas de seus funcionários.

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Funcionários do Palácio do Planalto fazem limpeza após invasão bolsonarista - CARL DE SOUZA / AFP

"Eu chorei", disse, nesta segunda-feira (9), uma funcionária ao voltar ao trabalho no Planalto, um dia depois da invasão de uma multidão de terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Palácio do Planalto após terrorismo bolsonarista - CARL DE SOUZA / AFP

Equipes de limpeza varriam e começavam a erguer poltronas e outros móveis deixados na frente do Planalto, alguns atirados sobre o espelho d'água do edifício de espaços amplos, ícone da arquitetura modernista.

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Destruição causada por bolsonaristas no Palácio do Planalto - CARL DE SOUZA / AFP

Enquanto isso, funcionários do governo tentavam recuperar parte da normalidade após a invasão, no domingo, das sedes dos Três Poderes, na capital federal, uma semana depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Palácio do Planalto após terrorismo bolsonarista - CARL DE SOUZA / AFP

Os bolsonaristas, que pediam uma intervenção federal para tirar Lula do poder, pularam as barreiras policiais e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, destruindo muito do que encontraram pelo caminho.

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Exceto pela presença de alguns membros das forças de ordem, questionadas por sua atuação durante o ataque, o coração de Brasília, cujo acesso foi fechado, estava deserto na manhã desta segunda.

Os incidentes de domingo deixaram fachadas marcadas com pichações e vidraças quebradas; no interior, portas e janelas foram danificadas e alguns gabinetes foram depredados.

No Planalto, os invasores arrancaram pedras do chão para usar como munição contra a polícia e as vidraças da fachada desta joia projetada por Oscar Niemeyer para a capital federal, inscrita na Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

 

Mangueiras de incêndio, cadeiras e outros móveis, como uma grande mesa de madeira entalhada, foram deixados expostos à intempérie, juntamente com restos de projéteis e bombas de gás lacrimogêneo usados pelas forças de ordem para dissipar os invasores.

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Palácio do Planalto após invasão bolsonarista - CARL DE SOUZA / AFP

Um leve cheiro de gás podia ser sentido nos arredores do prédio, mais de doze horas após os incidentes.

Mas o clima era de tranquilidade, com um punhado de seguranças de terno vigiando as portas, sem rastro dos policiais da tropa de choque que ocuparam o local na noite de domingo.

No lobby do palácio, as fotos dos ex-presidentes jaziam no chão com as molduras quebradas, com a parede de mármore onde costumam ficar penduradas como testemunha silenciosa da fúria dos bolsonaristas.

Ainda eram visíveis rastros de sangue nos gabinetes do térreo, segundo um funcionário.

O acesso ao interior do Planalto estava restrito devido aos danos causados às máquinas de raios X.

Ali, Lula e seus ministros se reuniram com os líderes dos outros poderes para avaliar sua pior crise em apenas uma semana no poder.

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O gabinete presidencial foi um dos poucos locais aos quais os bolsonaristas não tiveram acesso. 

Outra sala próxima não teve a mesma sorte: um grupo de funcionários verificava os danos causados à tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, perfurada várias vezes, supostamente com facas.

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'As Mulatas', de Di Cavalcanti', foi danificada em ataque de terroristas bolsonaristas ao Planalto - CARL DE SOUZA / AFP

O Palácio do Planalto abriga mais de uma centena de pinturas e esculturas, além de móveis do próprio Niemeyer.

"Praticamente todas as obras de arte estão danificadas", afirmou uma funcionária, que pediu para ter sua identidade preservada.

No Congresso Nacional, o panorama era similar: vidros quebrados espalhados pelo chão, fios pendurados e mobiliário destruído.

 Jefferson Rudy/Agência Senado
Congresso após invasão bolsonarista - Jefferson Rudy/Agência Senado

A porta de acesso ao Senado estava em frangalhos.

"É uma tragédia", disse à AFP Tiago Amaral, de 34 anos, funcionário do gabinete do senador petista Jaques Wagner.

 Jefferson Rudy/Agência Senado
Congresso após invasão bolsonarista - Jefferson Rudy/Agência Senado

"A destruição vai além do dano ao patrimônio público, é um atentado à democracia", acrescentou.

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