INCÊNDIO NA BOATE KISS

INCÊNDIO NA BOATE KISS: entenda por que muitos corpos foram encontrados no banheiro

O incêndio na Boate Kiss, que completou 10 anos, foi uma das maiores tragédias ocorridas no Brasil, com 242 mortos

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Amanda Azevedo

Publicado em 29/01/2023 às 17:22 | Atualizado em 29/01/2023 às 17:25
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O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, completou dez anos na sexta-feira (27). A tragédia, uma das maiores do Brasil, deixou 242 mortos e 636 feridos

O fogo começou por volta das 3h do dia 27 de janeiro de 2013, quando o vocalista da Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos, acendeu um artefato pirotécnico que atingiu o teto da Boate Kiss.

A espuma usada para isolar o som do ambiente produziu substâncias tóxicas, como cianeto, o que causou a maioria das mortes.

Boate Kiss estava superlotada, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes. Além disso, num primeiro momento, segundo testemunhas, seguranças impediram que clientes saíssem sem pagar.

De acordo com sobreviventes, uma fumaça preta tomou conta da Boate Kiss rapidamente, e impediu as pessoas de encontrar rota de fuga.

MAIS DA METADE DOS CORPOS ESTAVAM NOS BANHEIROS DA BOATE KISS

Quando a luz da Boate Kiss caiu, o pânico aumentou. Duas placas luminosas na porta dos banheiros levaram muita gente a confundir o espaço com uma saída de emergência.

"Houve um fluxo e um contrafluxo. Algumas pessoas corriam para o banheiro e outras tentavam correr na direção da porta de entrada. Isso fez com que muitas pessoas morressem porque algumas acabaram sendo derrubadas, algumas caíram", relatou o delegado regional de Santa Maria, Sandro Luiz Mainers, à Agência Brasil.

POLÍCIA CIVIL DO RS
Boate Kiss - POLÍCIA CIVIL DO RS

Quem tentava sair da Kiss também esbarrava em obstáculos que serviam para direcionar as pessoas ao caixa da boate, disse o delegado. "E os guarda-corpos foram determinantes até porque nós encontramos corpos caídos sobre esses guarda corpos", acrescentou.

Veja como ficou a Boate Kiss depois do incêndio

 

JULGAMENTO DA BOATE KISS FOI ANULADO

Familiares e sobreviventes da tragédia ainda aguardam o desfecho judicial.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão.

Juliano Verardi / Imprensa TJRS
Júri popular dos acusados pela tragédia da Boate Kiss ocorreu em dezembro de 2021 - Juliano Verardi / Imprensa TJRS

No entanto, em agosto de 2022, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) acolheu parte dos recursos das defesas e anulou o júri.

O MPRS aguarda admissão de recursos contra a decisão. Um novo julgamento poderá ser realizado.

Nesta sexta (27), o TJRS divulgou nota destacando que "todo o rito processual tem sido observado e cumprido à risca, em respeito aos princípios que norteiam o devido processo legal."

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