ESTUDANTE MORTA NA UFPI

Estudante da UFPI foi estuprada e filmada já depois de morta no campus da universidade, segundo inquérito da polícia

Segundo o inquérito, Janaína da Silva Bezerra foi vítima de estupro e necrofilia

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Julianna Valença

Publicado em 06/02/2023 às 17:15 | Atualizado em 07/02/2023 às 11:32
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O inquérito sobre a morte da estudante de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Janaína da Silva Bezerra, 22 anos, foi concluído pela polícia.

O resultado apontou que foram praticados os crimes de feminicídio, estupro, fraude processual e vilipêndio a cadáver, no caso, necrofilia.

O suspeito do crime é o mestrando em matemática Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, que está preso preventivamente desde a morte de Janaína.

JANAÍNA DA SILVA BEZERRA É ENCONTRADA MORTA

A estudante foi encontrada morta no dia 28 de janeiro deste ano, um dia após uma calourada que acontecia nas mediações da instituição federal. 

Conforme o Instituto de Medicina-Legal (IML) do Piauí, a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente.

"Houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte", disse em nota.

Segundo a UFPI, a festa estudantil ocorreu sem autorização de qualquer autoridade da universidade.

Thiago Mayson estava com a vítima no momento em que seu corpo foi encontrado, e foi preso sob suspeita de feminicídio e estupro. Segundo a Polícia Civil, o rapaz afirmou que já teria "ficado" com Janaína outras vezes.

Em depoimento, o homem afirmou que, por volta das 2h, chamou a estudante para sair da calourada e ir a uma sala da universidade, onde teriam, segundo ele, praticado sexo consensual, e que "após a prática sexual, a vítima teria ficado desacordada".

INQUÉRITO

A delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito que apura as causas e a responsabilidade da morte da estudante.

A delegada afirmou que ainda está sendo periciado um telefone onde Thiago teria gravado a relação sexual com Janaína, mesmo depois de ela estar morta.

"Numa análise pericial não tinha sinal de confronto. Ela estava em situação de vulnerabilidade. Não tinham marcas de violência e nem de lesões de defesa. Ela estava em situação de subjugação", afirmou a delegada.

No inquérito ainda consta que Thiago Mayson tentou apagar as imagens do celular. Ele também gravou um vídeo da própria mão ensanguentada. No documento não consta a presença de uma segunda pessoa, mas a delegada disse que as investigações vão continuar, mesmo após a entrega do inquérito.

"O inquérito tinha prazo, porque o réu está preso. Mas não descartamos nada e ainda tem um dispositivo sendo analisado e outras investigações em andamento", disse Nathália Figueiredo.

"O celular dele foi apreendido e conseguimos recuperar imagens registradas pelo autor, tanto após a primeira violência sexual, entre a primeira e a segunda violência sexual, que ela ainda estava com vida, mas visivelmente desnorteada.

E o segundo registro com ela provavelmente já morta e com as partes íntimas muito ensanguentadas", acrescentou a delegada.

*Com informações da Agência Estado

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