Estudante da UFPI foi estuprada e filmada já depois de morta no campus da universidade, segundo inquérito da polícia
Segundo o inquérito, Janaína da Silva Bezerra foi vítima de estupro e necrofilia
O inquérito sobre a morte da estudante de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Janaína da Silva Bezerra, 22 anos, foi concluído pela polícia.
O resultado apontou que foram praticados os crimes de feminicídio, estupro, fraude processual e vilipêndio a cadáver, no caso, necrofilia.
O suspeito do crime é o mestrando em matemática Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, que está preso preventivamente desde a morte de Janaína.
JANAÍNA DA SILVA BEZERRA É ENCONTRADA MORTA
A estudante foi encontrada morta no dia 28 de janeiro deste ano, um dia após uma calourada que acontecia nas mediações da instituição federal.
Conforme o Instituto de Medicina-Legal (IML) do Piauí, a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente.
"Houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte", disse em nota.
Segundo a UFPI, a festa estudantil ocorreu sem autorização de qualquer autoridade da universidade.
Thiago Mayson estava com a vítima no momento em que seu corpo foi encontrado, e foi preso sob suspeita de feminicídio e estupro. Segundo a Polícia Civil, o rapaz afirmou que já teria "ficado" com Janaína outras vezes.
Em depoimento, o homem afirmou que, por volta das 2h, chamou a estudante para sair da calourada e ir a uma sala da universidade, onde teriam, segundo ele, praticado sexo consensual, e que "após a prática sexual, a vítima teria ficado desacordada".
INQUÉRITO
A delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito que apura as causas e a responsabilidade da morte da estudante.
A delegada afirmou que ainda está sendo periciado um telefone onde Thiago teria gravado a relação sexual com Janaína, mesmo depois de ela estar morta.
"Numa análise pericial não tinha sinal de confronto. Ela estava em situação de vulnerabilidade. Não tinham marcas de violência e nem de lesões de defesa. Ela estava em situação de subjugação", afirmou a delegada.
No inquérito ainda consta que Thiago Mayson tentou apagar as imagens do celular. Ele também gravou um vídeo da própria mão ensanguentada. No documento não consta a presença de uma segunda pessoa, mas a delegada disse que as investigações vão continuar, mesmo após a entrega do inquérito.
"O inquérito tinha prazo, porque o réu está preso. Mas não descartamos nada e ainda tem um dispositivo sendo analisado e outras investigações em andamento", disse Nathália Figueiredo.
"O celular dele foi apreendido e conseguimos recuperar imagens registradas pelo autor, tanto após a primeira violência sexual, entre a primeira e a segunda violência sexual, que ela ainda estava com vida, mas visivelmente desnorteada.
E o segundo registro com ela provavelmente já morta e com as partes íntimas muito ensanguentadas", acrescentou a delegada.
*Com informações da Agência Estado