No Dia da Mulher, homem mata esposa no Grande Recife e tenta esquartejar corpo
O crime ocorreu em Jaboatão dos Guararapes. Vizinhos chamaram a Polícia Militar após ouvirem gritos da mulher
Com informações da TV Jornal
O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, foi marcado pela violência no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Um homem foi preso em flagrante suspeito de matar a companheira e tentar esquartejar o corpo.
Moradores da área informaram à Polícia Militar que ouviram gritos de uma mulher, que posteriormente foram cessados.
HOMEM CONFESSOU FEMINICÍDIO
Chegando ao local informado, os policiais do Sexto Batalhão se depararam com Hugo José Ferreira, 26 anos, que teria admitido ser autor da morte de sua companheira, Shirlene Silva de Souza, de 29.
Ele ainda afirmou ter descartado a arma do crime - uma faca - no canal de Piedade. O homem estaria à procura de meios para ocultar o corpo da mulher.
A vítima foi encontrada com sinais de facadas enrolada em um lençol.
O corpo da vítima foi encaminhado para a sede do Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, em Recife.
O suspeito foi preso por feminicídio consumado - que condiz ao assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino.
Ele passou a noite na carceragem do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo as autoridades, Hugo afirmou, no local, em tom de deboche, que assassinou a companheira pois ela queria matá-lo.
A irmã do suspeito contou que o casal estava junto há cerca de quatro anos, em um relacionamento conturbado.
Uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas no Brasil
O boletim Elas vivem: dados que não se calam, lançado no dia 6 de março pela Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, 495 deles feminicídios. As informações são da Agência Brasil.
São Paulo e Rio de Janeiro têm os números mais preocupantes, concentrando quase 60% do total de casos. Essa foi a terceira edição da pesquisa feita em sete estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí, os dois últimos monitorados pela primeira vez.
Os dados são produzidos a partir de monitoramento diário do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança.
As informações coletadas alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado pela rede.
O estado de São Paulo registrou 898 casos de violência, sendo um a cada 10 horas, enquanto o Rio de Janeiro teve uma alta de 45% de casos, com uma mulher vítima de violência a cada 17 horas. Além disso, os casos de violência sexual praticamente dobraram, passando de 39 para 75 no Rio de Janeiro.
A Bahia mostrou aumento de 58% de casos de violência, com ao menos um por dia, e lidera o feminicídio no Nordeste, com 91 ocorrências. O Maranhão é o segundo da região em casos de agressões e tentativas de feminicídio.
Já Pernambuco lidera em violência contra a mulher e o Ceará deixou de liderar nos números de transfeminicídio, mas teve alta nos casos de violência sexual. O Piauí registrou 48 casos de feminicídio.
A maior parte dos registros nos estados que fazem parte do monitoramento tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio, tendo como principais motivações brigas e términos de relacionamento.