Briga em penitenciária de segurança máxima de Pernambuco deixa feridos
Caso aconteceu na noite dessa sexta-feira (25) entre detentos. Sindicato dos Policiais Penais culpabiliza baixo efetivo e exonerações feitas pelo governo
Dois detentos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, ficaram feridos a tiros após um conflito na noite dessa sexta-feira (25). Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), houve uma briga entre os reeducandos de dois pavilhões.
Ambos tiveram ferimentos leves, foram socorridos e encaminhados à uma unidade de saúde e já estão de volta à penitenciária de segurança máxima de Pernambuco.
"A secretaria informa que está investigando o caso e que todas as medidas para identificação e punição dos responsáveis serão tomadas", disse.
Segundo o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Pernambuco (Sinpolpen-PE), os detentos trocaram tiros. Por nota, a categoria relaciona o caso ao baixo efetivo de policiais penais nesta e em outras unidades.
Isso porque, segundo o Sinpolpen-PE, há apenas cinco policiais penais de plantão para 1.045 presos - uma superlotação, já que a capacidade do espaço é de 640 vagas.
O presidente do sindicato, João Batista de Carvalho Filho, denuncia que a situação piorou com o "exoneraço" de cargos comissionados promovido pelo novo governo Raquel Lyra (PSDB) em 2 de janeiro, e pede providências da gestão estadual.
"O governo não nomeou inúmeros cargos comissionados operacionais do Sistema Penitenciário até o presente momento , e são tais setores que fazem o devido controle e comando
"Este tipo de crime está acontecendo pelo baixo efetivo de Policiais Penais para guarda interna. É necessário efetivo suficiente para ter rondas periódicas e postos avançados dentro dos presídios para conter presos", disse, por nota.
João Batista alegou que há "inúmeras licitações" travadas, acúmulo de processos judiciais com perca de prazos por falta de gerente jurídico e setores importantes sem pessoas no comando.
DETENTO ASSASSINADO NO BARRETO CAMPELO
Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que há um caso de detentos atingidos a tiros na Penitenciária Barreto Campelo. Em 3 de março, Eduardo Pereira Canha Júnior, de 32 anos, foi assassinado.
Imagens divulgadas na imprensa mostraram que a vítima andava na penitenciária segurando um objeto quando outro presidiário chega, aponta uma arma e atira à queima-roupa contra Eduardo, que cai no chão.