O crescimento dos casos de apreensão de drogas no Aeroporto Internacional do Recife Guararapes - Gilberto Freyre tem chamado a atenção da Polícia Federal. Em menos de quatro meses, foram sete registros, com as prisões de sete pessoas - incluindo três mulheres. 

Por causa da percepção de aumento do tráfico de drogas e também da previsão de crescimento na circulação de passageiros, a Polícia Federal em Pernambuco pretende transformar a Delegacia de Imigração, que está sediada no aeroporto, numa Delegacia Especial do Aeroporto Internacional (Deain).

"Ao longo do ano passado, tivemos um número bastante expressivo de pessoas tentando sair do País levando droga, como cocaína, por isso o aeroporto é um dos locais que vamos fortalecer nossa presença", explicou o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Antônio de Pádua. 

Há unidades especializadas semelhantes nos aeroportos internacionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em Minas Gerais, o modelo também deve ser adotado.

Segundo Pádua, a mudança da delegacia vai garantir mais autonomia, "com a descentralização, com a possibilidade de aumentar recursos" para combater os crimes no aeroporto internacional. "A gente está enxergando no aeroporto um aumento de 60% na circulação de passageiros. Então a gente tem que olhar para o aeroporto, que é uma porta de entrada e de saída do tráfico de drogas", explicou. 

"Estamos finalizando o relatório sobre a movimentação e realidade do Aeroporto Internacional do Recife para apresentar e defender o projeto junto à direção-geral da PF, acreditando que se tudo for aprovado poderemos instalar a Deain no final do segundo semestre ou início de 2024", completou. 

Nos sete casos descobertos durante fiscalizações de rotina no Aeroporto Internacional do Recife neste ano, a Polícia Federal conseguiu apreender, no total, 16 quilos de cocaína e 36,5 quilos de skunk (também conhecida como supermaconha).

MULHER PRESA NO AEROPORTO DURANTE FISCALIZAÇÃO 

O caso mais recente de tráfico de drogas descoberto pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional do Recife foi de uma mulher de 26 anos que estava usando uma cinta presa ao corpo com cerca de 4,2 quilos de pasta base de cocaína.

A prisão aconteceu na última terça-feira (25), por volta das 11h, após policiais desconfiarem do comportamento dela. Durante abordagem, ela começou a se contradizer. Ela passou por revista pessoal, realizada por policiais femininas, e a droga foi descoberta grudada ao corpo, na altura da barriga. 

A suspeita confessou à polícia que pegou a droga em Porto Velho (Rondônia) e que, após desembarcar no Aeroporto Internacional do Recife, pegaria uma condução até João Pessoa, na Paraíba, onde entregaria o material entorpecente. Ela receberia R$ 2 mil pelo transporte.

A Polícia Federal também descobriu que a mulher possui antecedentes criminais. Ela já foi presa transportando maconha para o Rio Grande Norte. 

A mulher foi autuada pelo tráfico de drogas e foi encaminhada para audiência de custódia. A pena, em caso de condenação pode variar de cinco a 15 anos de prisão.