Uma operação da Polícia Civil prendeu seis pessoas - incluindo empresários e um contador - suspeitas de envolvimento num esquema de criação de empresas fantasmas para aplicação de fraudes fiscais em Pernambuco. Há suspeita de lavagem de dinheiro no Polo de Confecções do Agreste.
Detalhes das investigações foram revelados nesta quinta-feira (4). Segundo a delegada Gabrielle Nishida, a Operação Maquineiros, deflagrada nessa quarta-feira (3), é o desdobramento de uma investigação realizada pela Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária.
"Fomos acionados pela Secretaria Estadual da Fazenda, que indicou que havia o surgimento de diversas empresas com características de serem laranja e que essa abertura poderia indicar que seria tão somente para a aplicação de fraudes fiscais", explicou.
A partir da denúncia, a polícia tentou identificar quem era responsável pela abertura dessas empresas e como funcionava a operacionalização delas.
"Alguns deles são empresários e um é um contador. Esse profissional de contabilidade estaria por trás da criação dessas empresas. Até o momento, contabilizamos quase 100 empresas laranjas, além de pessoas que estariam sendo utilizadas no esquema fraudulento para operacionalizar essas empresas", disse a delegada.
"As empresas são variadas, mas tem muitas de confecção, maquinário, têxtil. Elas se destinavam a realizar operações fictícias que, de fato, não ocorreram. Também tinham relacionamentos com empresas de fora do Estado, empresas interestaduais de grande porte", completou.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em empresas, residências e em um escritório de contabilidade. A operação foi realizada nos municípios de Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco. Houve ainda o bloqueio de valores e ativos no valor de R$ 30 milhões.
Os investigados, cujos nomes não foram divulgados pela polícia, devem responder pelos crimes de associação criminosa, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
PRÓXIMA FASE DA INVESTIGAÇÃO
A delegada reforçou que as investigações vão continuar.
"Há processos fiscais ainda em andamento. A próxima fase da investigação vai seguir para identificação dos beneficiários reais desse esquema. Também acredito que o montante (em dinheiro) vai aumentar. É um prejuízo muito grande aos cofres públicos", disse.