Um policial civil é suspeito de matar quatro colegas na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim, no Norte do Ceará, na madrugada deste domingo (14). Ele foi identificado como o inspetor Antônio Alves Dourado. 

Três policiais civis morreram na delegacia. Outro morreu na área externa. As vítimas do ataque a tiros foram:

Antônio Claudio dos Santos, escrivão;

Antônio José Rodrigues Miranda, escrivão;

Francisco dos Santos Pereira, escrivão;

Gabriel de Souza Ferreira, inspetor.

De acordo com informações da Secretaria de Segurança de Camocim, o policial civil responsável pelo ataque estava de folga neste domingo. Ele chegou a fugir em uma viatura da polícia e, depois de abandonar o veículo, se apresentou no Batalhão da Polícia Militar do município e confessou o crime. Ele segue detido. 

O local do crime passou por perícia nesta manhã. Ainda não há informações sobre a possível motivação do crime em Camocim. 

O QUE DIZ A DEFESA DO POLICIAL CIVIL?

A advogada Neirilane Roque, responsável pela defesa do policial civil, declarou que ele está sob custódia no batalhão da PM e "em estado de choque".

"Pessoalmente, ele não se encontra em condições de prestar esclarecimentos, por enquanto. Está em estado de choque, isolado e custodiado. Estamos aguardando os procedimentos seguintes, afirmou ao portal g1. 

VEJA VÍDEO SOBRE TRAGÉDIA EM CAMOCIM:

GOVERNADOR DO CEARÁ LAMENTA CHACINA EM CAMOCIM

Em publicação no Twitter, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lamentou o ataque e mortes na delegacia.

"Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na Delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial", disse o governador.

"Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do Estado. O Governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas", completou.

Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na Delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial. (+)

— Elmano de Freitas (@elmanooficial) May 14, 2023

A Prefeitura de Camocim decretou luto oficial de três dias. 

SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO CEARÁ

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) também se pronunciou por meio de nota.

"Infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar."

"Nos solidarizamos com todas as famílias que estão sofrendo, com todos os colegas que perderam seus companheiros de trabalho. Nos solidarizamos com todos os Policiais Civis neste momento ímpar de dor. Que Deus possa confortar seus corações", declarou o texto.

Nas redes sociais, a Polícia Civil de Pernambuco também se pronunciou sobre a tragédia em Camocim.

"A Polícia Civil de Pernambuco se solidariza com a Polícia Civil do Estado de Ceará e expressa seu mais profundo pesar pelo falecimento de quatro policiais civis que estavam de serviço, na madrugada deste domingo (14)", disse a publicação. 

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) também se solidarizou com familiares e amigos das vítimas. E comentou a tragédia em publicação nas redes sociais.

"O ocorrido mostra o quanto a carreira policial é extremamente difícil, arriscada e estressante. Ao tempo em que também é delicada, e expõe um triste raio-x de questões intrínsecas da segurança pública em âmbito nacional, em que policiais estão por vezes jogados à própria sorte, tendo que lidar com um volume desumano de pressões e cobranças, trabalhando em condições precárias e sem assistência à saúde mental. Problemas infelizmente cotidianamente negligenciados pelas instituições, fazendo com que, lamentavelmente, nos deparemos com tragédias como essa", afirmou trecho da postagem.

 

 

 

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TRAGÉDIA SEMELHANTE EM PERNAMBUCO

O ataque ocorrido no Ceará é semelhante ao episódio trágico envolvendo policiais militares de Pernambuco, em 20 de dezembro de 2022.

O soldado Guilherme Santana Ramos de Barros, de 27 anos, matou a tiros Cláudia Gleice da Silva, 33, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Em seguida, rendeu um motorista de aplicativo e o obrigou a seguir até o bairro do Pina, na capital, onde fica o 19º Batalhão da Polícia Militar. Lá, atirou nos colegas e depois teria se matado. Além dele, dois policiais morreram e outros dois ficaram feridos.

Em depoimentos colhidos pelos investigadores da 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios, ficou claro que o soldado não aceitava o fim do relacionamento e que também praticava agressões contra a mulher, que estava grávida de três meses. Essa investigação já foi concluída.

Já o inquérito policial militar instaurado para descobrir o que levou o soldado a matar colegas de farda nunca teve o resultado divulgado oficialmente.