Com dúvidas em relação ao resultado das investigações da Polícia Civil, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) decidiu pedir o arquivamento do inquérito da morte do policial militar Felipe Correia de Oliveira, de 36 anos. A vítima foi atingida com um tiro na nuca durante perseguição a criminosos no Alto do Cruzeiro, em Paudalho, na Mata Norte do Estado.
As investigações, que duraram um ano e meio, apontaram que o tiro que atingiu o cabo Felipe foi disparado acidentalmente por outro policial militar. O autor foi identificado como Wagner José Pascoal Pessoa, que foi indiciado pelo crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
A pena para esse tipo de crime pode variar de um a três anos de detenção, em caso de condenação.
No relatório enviado ao MPPE, o delegado Ênio da Silva Maia destacou que os depoimentos dos PMs foram fundamentais para o esclarecimento, visto que a reprodução simulada não conseguiu apontar quem atirou no cabo Felipe.
O MPPE, no entanto, declarou que "os laudos periciais e demais diligências investigativas não comprovaram, de forma inequívoca, a autoria do disparo contra a vítima". Por isso, foi solicitado à Justiça o arquivamento do caso. O juiz responsável pelo processo ainda tomará uma decisão.
O caso aconteceu em 24 de outubro de 2021. Os policiais receberam informações de que criminosos armados estariam em uma casa em Paudalho. Na chegada dos PMs, houve a troca de tiros. Além do cabo, outros dois suspeitos morreram - incluindo um adolescente.
Em depoimento, Wagner José Pascoal Pessoa disse que, em determinado momento, percebeu que o cabo Felipe estava caído no chão. Também afirmou que não sabia precisar se o tiro que atingiu o PM foi disparado por ele ou por outro colega de farda.
A perícia balística confirmou que o tiro que matou o cabo Felipe saiu de uma arma de fogo calibre .40, ou seja, a utilizada pelos policiais. No entanto, o resultado deu inconclusivo em relação a apontar de qual das armas o projétil saiu.
A reprodução simulada também não chegou a um resultado preciso. Apontou apenas que o tiro provavelmente saiu da arma de Wagner ou do outro colega que acompanhava os policiais.
Ao ouvir os depoimentos dos PMs envolvidos e identificar que o tiro atingiu a nuca do cabo Felipe, o delegado concluiu que o disparo foi feito por Wagner, que estava logo atrás da vítima.
No relatório enviado ao MPPE, o delegado destacou que o PM Wagner José Pascoal Pessoa agiu com "imprudência", o que resultou no tiro acidental que atingiu o colega de farda.