A Polícia Civil conseguiu avançar nas investigações sobre a chamada "gangue do ouro", que atua principalmente nos bairros nobres do Recife. Em operação realizada na semana passada, dois receptadores foram presos. O próximo passo é identificar os donos das empresas que também adquirem as joias e relógios roubados.
A investigação, que resultou na Operação Garimpeiros, foi iniciada em março de 2023. A polícia diz que, desde o começo do ano, já conseguiu prender 12 suspeitos de integrar a grupo criminoso na capital pernambucana.
"Os roubos ocorriam em bairros com alto poder aquisitivo, como Jaqueira, Tamarineira, Boa viagem. Muitas vezes o cidadão saía cedo para passear com o cachorro, estava ali com aliança, e era alvo dos ladrões. A partir do roubo, eles (criminosos) já sabiam a quem entregar. Os receptadores recebiam os objetos de ouro roubados para vender", explicou o delegado Mário Melo, um dos responsáveis pela investigação.
"Quando fomos cumprir os mandados de prisão conseguimos identificar teste de ouro com um desses receptadores. E, em depoimento informal, ele contou como é a dinâmica, como é a negociação, e como é, de fato, que se faz o teste", contou o delegado.
"Os receptadores, que tinham antecedentes criminais, pagavam cerca de R$ 180 por grama do ouro. E vendiam para empresas, que derretiam aqueles objetos, conseguiam modificar o produto e reinserir no mercado informal. Eram empresários que não tinham qualquer cuidado em identificar, se precaver sobre a origem desse ouro. O que havia era uma cegueira deliberada. A investigação vai continuar para que todos possam ser responsabilizados", afirmou Melo.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela polícia. Além dos mandados de prisão preventiva, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos R$ 33 mil em dinheiro, três carros, barra de ouro, além de armas de fogo e munições. Todo o material vai passar por perícia. Seis contas também foram bloqueadas por determinação da Justiça. Seis contas também foram bloqueadas.
Os suspeitos vão responder pelos crimes de receptação qualificada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.