Operação apura tráfico internacional de mulheres; mandado foi cumprido em Pernambuco
Investigação aponta que vítimas eram levadas para a Europa e eram exploradas sexualmente
Uma operação da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta segunda-feira (28), cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos de integrar um suposto esquema de tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual.
Três mandados expedidos pela 12ª Vara da Justiça Federal foram cumpridos em Fortaleza, Caucaia (ambas no Ceará) e em Carpina (Pernambuco). Policiais federais apreenderam documentos, dispositivos eletrônicos e outros objetos nas casas dos suspeitos.
Batizada de Correntes não Visíveis, a operação busca subsídios para que os policiais identifiquem a responsabilidade, bem como outras eventuais vítimas do esquema.
COMO FUNCIONA O ESQUEMA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES?
Segundo a Polícia Federal, os investigados recrutavam mulheres no Ceará para prostituição na Itália. Ao chegarem no país europeu, elas eram vítimas de exploração sexual, inclusive com publicações em sites italianos; trabalhos forçados; restrição de alimentação; dívidas impagáveis e ameaças com uso de arma de fogo.
Detalhes sobre quem são os alvos da operação estão sendo mantidos em sigilo para não atrapalhar o andamento do inquérito.
Se condenados pela Justiça Federal, os envolvidos poderão ser punidos com penas de até 25 anos de prisão pelos crimes de favorecimento à prostituição e rufianismo - sem contar outros crimes que podem ser descobertos a partir dessa operação.
MULHERES SÃO PRINCIPAIS VÍTIMAS DO TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS
Levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e divulgado em dezembro de 2022, confirmou que as mulheres são as principais vítimas dos grupos de traficantes de pessoas.
O estudo indicou que a principal motivação dos criminosos é atrair mulheres para a prostituição em outros países, sobretudo da Europa.
Embora mais de 50% dos processos judiciais analisados tenham resultado em condenações, 26% dos casos foram encerrados com a absolvição dos denunciados por falta de provas.
(Com informações da Agência Brasil)