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Morre menina de 3 anos baleada em abordagem da PRF; MPF pede prisão de agentes

Heloísa dos Santos Silva havia sido baleada no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro na noite de quinta-feira (7)

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Agência Estado

Publicado em 16/09/2023 às 17:45 | Atualizado em 16/09/2023 às 17:48
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Morreu Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, que havia sido baleada no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, na região de Seropédica, na noite de quinta-feira (7), durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão de três agentes envolvidos na ação. O pedido foi feito na sexta-feira (15), portanto, antes de a criança morrer.

A rodovia liga Duque de Caxias a Itaguaí, na Baixada Fluminense. A criança estava dentro do carro da família quando foi atingida pelo tiro. Um dos disparos atingiu a coluna e a cabeça da criança.

Além dela, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia, que não se machucaram. Heloísa não resistiu à piora do quadro clínico após nove dias de internação no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. Ela teve parada cardiorrespiratória e morreu às 9h22, segundo a prefeitura de Duque de Caxias.

Relatos

Segundo os relatos do pai de Heloísa, o veículo da família passou perto do posto da PRF sem ser abordado e depois, foi seguido de perto por um carro da polícia. O homem conta que, ao reduzir a velocidade e dar seta, indicando que iria parar, os agentes atiraram contra o veículo. A PRF disse que houve disparos por suspeita de que o veículo dirigido pela família fosse roubado.

A Procuradoria apura suposto crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificado pela idade da vítima. Também investiga a informação de que um policial à paisana teria ido ao centro de terapia intensiva onde Heloísa ficou internada.

MPF pede prisão 

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria do Rio de Janeiro, pediu a prisão preventiva de três agentes envolvidos na morte da menina. O pedido foi feito nos autos da investigação criminal aberta para apurar a ação da PRF, durante a abordagem ao veículo onde estava a vítima.

O procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, responsável pela investigação, representou pelas prisões dos agentes Fabiano Menacho Ferreira, que assumiu a autoria dos disparos, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O pedido foi feito na noite desta sexta-feira, 15, antes da morte da criança.

O promotor federal já havia pedido o afastamento dos envolvidos e a realização de perícia nas armas usadas na operação. Também solicitou acesso ao procedimento investigatório aberto na Corregedoria da PRF.

Nota da PRF

Em nota, a PRF informou que se solidariza com a família de Heloísa e que sua Comissão de Direitos Humanos está acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Na semana passada, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nas redes sociais que mandou acelerar a revisão de protocolos da PRF. "E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve", afirmou o ministro.

Nesta semana, Justiça Federal condenou a União a pagar R$ 1 milhão por danos morais ao filho de Genivaldo de Jesus Santos, que morreu ao ser trancado no porta-malas de uma viatura da PRF, durante abordagem feita no município sergipano de Umbaúba, em maio de 2022. A sentença também obriga a União a pagar mensalmente uma pensão no valor de dois terços do salário mínimo, até que ele complete 24 anos.

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